Guerra Rússia-Ucrânia

Resistência continua após ultimato a Mariupol, exército ucraniano acredita que última batalha pela região aproxima-se

As forças ucranianas avisam que o Kremlin estará a preparar uma operação naval contra Mariupol.

Resistência continua após ultimato a Mariupol, exército ucraniano acredita que última batalha pela região aproxima-se

Várias horas depois do ultimato da Rússia para a rendição de Mariupol, a resistência continua.

No entanto, o exército ucraniano avisa que o Kremlin estará a preparar uma operação naval contra Mariupol, naquela que acredita ser a última batalha pela região.

A Rússia ordenou à rendição das forças ucranianas em Mariupol, cidade cercada no leste do país, a partir das 06:00 (04:00 em Lisboa), comprometendo-se a poupar as vidas de quem depuser as armas.

Situada no mar de Azov, Mariupol é um dos principais objetivos dos russos no esforço para obter controlo total da região de Donbass e formar um corredor terrestre, no leste da Ucrânia, a partir da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Mizintsev disse que o conteúdo das “negociações entre militantes de formações nacionais e mercenários bloqueados em Mariupol na fábrica metalúrgica Azovstal testemunham uma situação desesperada, em que exigem persistentemente a autorização oficial de Kiev para se renderem, mas em resposta recebem ameaças de execução”.

O responsável russo acrescentou que os militantes estão “numa situação desesperada, praticamente sem comida e água”. A declaração divulgada, ao início da madrugada, vai ser também enviada à ONU, à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e a outras organizações internacionais, indicou a Tass.

Num discurso à nação, no sábado à noite, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu que “a situação em Mariupol continua tão grave quanto possível, simplesmente desumana” e culpou a Rússia por “continuar deliberadamente a destruir cidades”.

Zelensky sublinhou que os russos “estão deliberadamente a tentar aniquilar todos aqueles que ficam em Mariupol”, de acordo com a agência de notícias local Ukrinform.

O responsável adiantou que o Governo ucraniano tentou, desde o início da invasão russa, encontrar “uma solução, militar ou diplomática, para salvar” a população, mas “até agora, não tem havido uma opção 100% sólida”.

Os ataques russos causaram uma das maiores catástrofes humanitárias em Mariupol ao bombardear residentes desarmados e bloquear a chegada de ajuda humanitária, de acordo com a Ukrinform.

De acordo com o gabinete do presidente da câmara de Mariupol, pelo menos 20 mil civis já morreram, desde o início da invasão russa, enquanto os serviços de informações do Ministério da Defesa ucranianos afirmaram que os russos enviaram até 13 crematórios móveis para a cidade para retirar das ruas corpos de civis assassinados.

As autoridades ucranianas indicaram que cerca de 120 mil civis permanecem na cidade sitiada, defendida pelo regimento Azov, fuzileiros navais e outras forças.

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