A Rússia retirou-se do Conselho dos Estados do Mar Báltico (CEMB), de que tinha sido suspensa em março, por ter invadido a Ucrânia, anunciou, esta terça-feira, o Governo russo.
Em comunicado citado pela agência russa TASS, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia justificou a decisão como uma “resposta a ações hostis”.
A decisão foi comunicada numa mensagem enviada pelo ministro Sergey Lavrov aos seus homólogos dos países membros do CEMB, ao chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e ao secretariado do Conselho em Estocolmo.
“Ao mesmo tempo, a Assembleia Federal da Federação Russa decidiu retirar-se da Conferência Parlamentar do Mar Báltico”, disse o ministério no comunicado.
CONSELHO SUSPENDEU A PARTICIPAÇÃO DA RÚSSIA EM MARÇO
Na sequência da invasão da Ucrânia, o CEMB suspendeu a participação da Rússia na organização, em 3 de março, bem como do seu aliado Bielorrússia, que tinha o estatuto de observador.
A Rússia é um dos cofundadores do CEMB, cuja presidência está atualmente a cargo da Noruega.
O CEMB integra ainda Alemanha, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia, Suécia e EUA.
A organização foi criada em 1992, para responder “às dramáticas mudanças geopolíticas que tiveram lugar na Região do Mar Báltico com o fim da Guerra Fria”, na sequência da dissolução da União Soviética, segundo o CEMB.
No comunicado citado pela TASS, a diplomacia russa disse que a decisão não irá afetar a presença da Rússia na região.
“As tentativas de expulsão do nosso país do Báltico estão condenadas ao fracasso”, afirmou o ministério tutelado por Lavrov.
KREMLIN: SITUAÇÃO NO CONSELHO “ESTÁ A DETERIORAR-SE”
O Governo russo considerou também que a situação no CEMB “está a deteriorar-se” e acusou os países ocidentais de transformarem a organização num “instrumento de política antirrussa”.
“Em violação da regra do consenso, estão a ser tomadas decisões ilegais e discriminatórias. A Rússia foi suspensa dos trabalhos e projetos do CEMB, a participação da Bielorrússia como observador no conselho foi ‘suspensa’”, acrescentou.
O ministério russo considerou ainda que a presença continuada no Conselho do Báltico é “inapropriada e contraproducente”.
“A Rússia não participará na transformação da organização numa outra plataforma para atividades subversivas e narcisismo ocidental”, acrescentou.
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