A Rússia anunciou que se retira da Organização Mundial do Turismo (OMT), embora esta decisão não paralise o procedimento de suspensão como membro que a instituição está a debater esta quarta-feira, em Madrid, numa assembleia extraordinária.
Fontes presentes na assembleia confirmaram à agência Efe o anúncio feito por Moscovo, embora a reunião extraordinária continue em Madrid, na sede mundial da OMT, para decidir se a Rússia será finalmente suspensa como membro devido à invasão da Ucrânia.
A saída da Rússia entraria em vigor um ano depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol ter recebido a carta a comunicar a decisão, mas a suspensão, quando finalmente aprovada, entra imediatamente em vigor.
Para que a suspensão do país presidido por Vladimir Putin seja efetiva será necessário o apoio de dois terços dos 160 países membros que compõem a organização, seguindo a recomendação do Conselho Executivo, composto por 35 países e aprovado com 72% dos votos a favor.
O artigo 34 dos estatutos da UNWTO estipula que se a assembleia constatar que algum dos seus membros persiste na prossecução de uma política contrária ao objetivo fundamental da organização, pode ser suspenso por uma resolução adotada por maioria de dois terços.
Para esta assembleia extraordinária, a organização nomeou os mesmos oficiais da 24.ª reunião ordinária, realizada em Madrid entre 1 e 3 de dezembro de 2021: Espanha como presidente e Camboja, Gâmbia, Hungria, Índia, Iraque, Paraguai, Uruguai e Uzbequistão como vice-presidentes.
A decisão de realizar uma assembleia extraordinária foi tomada no Conselho Executivo da UNWTO realizado na capital espanhola a 8 de março, onde se reuniu a pedido dos países membros, incluindo a Colômbia, Guatemala, Lituânia, Polónia, Eslovénia e Ucrânia, devido à preocupação e condenação a nível mundial das ações unilaterais da Rússia.
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