Guerra Rússia-Ucrânia

Rússia culpa Kiev de impedir acordo de segurança da Agência Internacional da Energia Atómica

O acordo da AIEA assenta em sete princípios, entre os quais se encontram aspetos como preservar a integridade física de todas as centrais nucleares.

Rússia culpa Kiev de impedir acordo de segurança da Agência Internacional da Energia Atómica

O Governo russo acusou esta sexta-feira Kiev de impedir o acordo proposto pelo diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, de enviar os seus especialistas para garantir a segurança das centrais nucleares na Ucrânia.

“A responsabilidade do fracasso dos acordos trilaterais e também de dois acordos bilaterais paralelos, recai totalmente sobre a Ucrânia”, declarou esta sexta-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

Segundo a porta-voz da diplomacia russa, o próprio Grossi reconheceu, num comunicado datado de 23 de março, que não se alcançou um resultado positivo, apesar de todos os esforços.

Zakharova indicou que a proposta de Grossi foi ativamente debatida pelas partes nas últimas semanas e afirmou que “a Rússia apoiou desde o início a iniciativa do diretor-geral da AIEA”.

“Estávamos dispostos a assinar o documento preparado pela AIEA, tal como foi apresentado pelo seu diretor. Mantivemo-nos em contacto estreito com Grossi a esse respeito”, afirmou, frisando que “as dificuldades para chegar a um acordo (…) não são culpa da parte russa”.

“A janela de oportunidade, na nossa opinião, ainda não está fechada”, acrescentou ainda.

“A Rússia continuará a fazer tudo o que dela dependa para garantir a segurança das instalações nucleares na Ucrânia no nível apropriado”, concluiu.

A AIEA propôs o acordo de segurança depois de as tropas russas tomarem o controlo das centrais nucleares de Chernobyl e Zaporijya, na Ucrânia.

Grossi tem defendido que se obtenha “um compromisso” de Kiev e de Moscovo para que seja assegurado o cumprimento de uma série de “normas básicas” que têm sido “repetidamente violadas” desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, e representam um “enorme risco” para a população “local, regional e europeia”.

Também argumentou que um acordo facilitaria a presença da organização no terreno nas centrais nucleares da Ucrânia, um fator “muito importante” como estratégia de “dissuasão” perante possíveis novas “situações perigosas” e também para ter acesso a informação “credível e objetiva”.

O acordo da AIEA assenta em sete princípios, entre os quais se encontram aspetos como preservar a integridade física de todas as centrais, manter as suas fontes de energia, garantir as condições de segurança dos trabalhadores e assegurar o acesso a equipamento ou componentes necessários para o seu funcionamento.

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