As agências internacionais avançam que tropas russas entraram, esta segunda-feira à noite, em Donbass. Os decretos assinados pelo Presidente da Rússia ordenam a mobilização do Exército para os territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia para uma “manutenção da paz”.
Uma testemunha diz que viu “colunas extraordinariamente grandes” de equipamentos militares em Donetsk, adiantou a agência Reuters.
A Ucrânia pediu já uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Governo de Kiev quer o órgão máximo da ONU a discutir a segurança do país.
O Presidente da Ucrânia reuniu esta segunda-feira à noite o Conselho de Segurança e Defesa Nacional, em Kiev.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu esta segunda-feira a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, com os quais assinou tratados de amizade e assistência mútua com os líderes de Donetsk, Denis Pushilin, e Lugansk, Leonid Pásechnik.
Putin ordena mobilização do exército para “manutenção da paz”
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a mobilização do Exército russo para os territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que reconheceu como independentes.
Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa que “as Forças Armadas da Rússia [assumam] as funções de manutenção da paz no território” das “repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk, segundo noticia a agência France Presse (AFP).
Olga Tokariuk, jornalista freelancer, escreve, no Twitter, que este envio de militares significa uma “invasão à Ucrânia”.
“Espero que os média não repitam que são “forças de manutenção da paz. Para o Kremlin, paz significa guerra”, acrescenta a jornalista.
“Colunas eram tão grandes que demoraram uma hora a passar”
A enviada da SIC a Kiev Iryna Shev conta, em direto na Edição da Noite, que as pessoas dizem que as “colunas [de tropas] eram tão grandes que demoraram uma hora a passar”.
“Esta decisão está a causar muitas preocupações aqui na Ucrânia. As pessoas estão bastante preocupadas, sem saber o que fazer. Paira no ar incerteza sobre o que poderá acontecer amanhã”, acrescenta a jornalista da SIC.
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