As forças russas continuam a bombardear a fábrica Azovstal em Mariupol, sul da Ucrânia, aumentando ao mesmo tempo o assédio à cidade portuária, disseram esta quinta-feira as Forças Armadas ucranianas.
Os bombardeamentos aéreos ocorrem numa altura em que a Ucrânia propôs a Moscovo a troca de prisioneiros russos pela retirada de combatentes feridos que se mantêm nos subterrâneos da instalação metalúrgica, o último bastião da presença armada ucraniana em Mariupol.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que as negociações estavam a decorrer no sentido da retirada dos combatentes, mas que apesar das várias opções “nenhuma é a ideal”.
Forças russas bloquearam vias de retirada de Mariupol
Um conselheiro do autarca de Mariupol disse esta quinta-feira que as forças russas bloquearam todas as vias de retirada da cidade.
Petro Andriushchenko afirmou ainda que restam muito poucos apartamentos habitáveis e que a escassez em relação a alimentos e água potável é dramática.
O conselheiro do presidente da Câmara referiu que alguns residentes são obrigados a cooperar com as forças ocupantes em troca de alimentos.
No relatório diário (respeitante ao 78.º dia de guerra) os militares da Ucrânia afirmam que as forças russas estão a fazer disparos de artilharia de campanha contra as tropas ucranianas que se dirigem para Zaporijia, cidade de refúgio para os deslocados de Mariupol.
“Nove ataques russos” nas zonas de Donetsk e Lugansk foram repelidos
De acordo com fontes militares ucranianas, as forças russas estão também a atacar com artilharia zonas de Kharkiv, nordeste do país, e Chernihiv e Sumi no norte.
De acordo com o Exército ucraniano “nove ataques russos” nas zonas de Donetsk e Lugansk foram repelidos tendo sido destruídos vários blindados de Moscovo, mas estas informações não podem ser confirmadas por fontes independentes.
Entretanto, a Procuradora ucraniana iniciou o processo de acusação contra o sargento russo Vadin Shyshimarrin, de 21 anos, pela morte de um civil de 62 anos que seguia de bicicleta quando terá sido abatido pelo militar russo, em fevereiro.
Trata-se do primeiro caso sobre crimes de guerra da Rússia na Ucrânia.
Neste momento, de acordo com a Procuradoria de Kiev mais de 10 mil alegações sobre crimes de guerra, cometidos pela Rússia estão a ser investigados tendo sido identificados mais de 600 suspeitos.
Saiba mais:
- Ucrânia propõe à Rússia troca de prisioneiros para retirar soldados feridos do complexo de Azovstal
- Guerra na Ucrânia: vídeo mostra violência dos ataques a Azovstal
- SIC na Ucrânia: a entrevista ao batalhão Azov
- Rússia é “ameaça mais direta” à ordem mundial, diz von der Leyen
- Finlândia “deve candidatar-se com caráter de urgência” à NATO
- Finlândia a caminho da NATO: o que está em causa?
- Zelensky agradece aos Estados Unidos por novo pacote de ajuda