A Rússia proibiu esta quarta-feira a entrada no país a 63 responsáveis japoneses, incluindo o primeiro-ministro Fumio Kishida, e os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Yoshimasa Hayashi e Nobuo Kishi.
A decisão de Moscovo surge em retaliação pelas sanções impostas por Moscovo, devido à ofensiva na Ucrânia.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo confirma que “foi decidido banir permanentemente ” 63 cidadãos japoneses de entrarem na Rússia devido ao que designa de campanha sem precedentes contra os interesses russos.
As relações entre o Japão e a Rússia deterioram-se muito quando o Japão declarou oito diplomatas russos como ‘persona non grata’, no final de abril, exigindo a sua saída do país até ao dia 10 de maio, na sequência da guerra na Ucrânia.
A decisão levou a uma reação idêntica da Rússia, tendo o Kremlin (presidência russa) decidido expulsar também oito diplomatas japoneses.
Segundo disse na altura o embaixador russo, a responsabilidade pela deterioração das relações bilaterais “é inteiramente do Governo japonês, que optou por rejeitar relações amistosas e construtivas com a Rússia”.
A posição foi hoje reiterada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo ao alegar que “o Governo de Fumio Kishida iniciou uma campanha antirrussa sem precedentes, adotando uma retórica inaceitável em relação à Rússia, que inclui calúnias e ameaças diretas”.
Segundo o ministério, a lista de entidades proibidas de entrar na Rússia inclui também “personalidades públicas e especialistas e representantes da imprensa”, que “seguem o discurso tendencioso do ocidente”.
“Tóquio está a tomar medidas práticas destinadas a desmantelar as relações de boa vizinhança, prejudicando a economia russa e o prestígio internacional do nosso país”, acrescentou o ministério russo, admitindo que também foram tidas em consideração as sanções pessoais impostas por Tóquio contra cidadãos russos.
O Japão também se juntou aos países do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) na aplicação de sucessivas sanções a Moscovo.
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