A Rússia propôs à Ucrânia que inclua a Bielorrússia na lista de países garantes da sua segurança, na qual também estão incluídos outros Estados da região, anunciou esta sexta-feira o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
“Propusemos que entre eles [os países garantes] também esteja a Bielorrússia”, disse Lavrov em conferência de imprensa conjunta, em Moscovo, com o seu homólogo arménio, Ararat Mirzoyan.
“Entre os garantes da segurança, os nossos vizinhos ucranianos gostariam de ver todos os países fronteiriços e outros Estados, incluindo membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Assim, nós propomos que a Bielorrússia esteja entre os países garantes”, assinalou.
O chefe da diplomacia russa disse que pretende entrar em detalhes sobre as negociações com a parte ucraniana, mas assinalou que “não são fáceis”.
“As negociações não são fáceis, mas continuaremos a insistir em que se cumpram todas as perspetivas que se deparam”, disse Lavrov.
Na quinta-feira, o Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko afirmou que as negociações sobre o final do conflito na Ucrânia não poderão decorrer “nas costas” da Bielorrússia.
“Gostaria de firmar a nossa posição (…). Não podem decorrer negociações sem a participação da Bielorrússia”, disse o líder autoritário de Minsk.
A Ucrânia não considera a Bielorrússia um país neutral, pelo facto ter sido a partir do território deste país que a Rússia invadiu a Ucrânia. E o estado-maior das Forças Armadas ucranianas não tem excluído nos seus relatórios militares a possibilidade de um ataque a partir de território bielorrusso.
A Bielorrússia tem negado participação direta na campanha militar russa na Ucrânia, apesar das acusações de Kiev.
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