A chegada dos retirados de Mariupol a Zaporíjia continua a fazer-se a conta-gotas. Cerca de 69 civis chegaram na segunda-feira à cidade ucraniana e são esperados mais esta terça-feira após uma evacuação coordenada pela ONU e pela Cruz Vermelha.
Os civis que vão chegando do sul da Ucrânia e de Mariupol a Zaporíjia não fazem parte do corredor humanitário organizado pelas Nações Unidas e pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha.
“Demoraram três dias a chegar até aqui, pelos seus próprios meios, e contando com a boa vontade de quem os pôde ajudar a sair dos territórios ocupados pelo exército russo”, conta o enviado especial da SIC, em Zaporíjia, na Ucrânia.
A operação saiu da cidade ucraniana na passada sexta-feira, encontrava-se em Mariupol no sábado, mas ainda não regressou ao recinto onde está a ser dada ajuda humanitária. Os civis acolhidos pelo corredor humanitário são retirados da fábrica Azovstal, mas há quem, pelo caminho, aproveite a boleia.
“Além das 100 pessoas que vêm de Azovstal, este complexo metalúrgico que está cercado em Mariupol pelas forças russas, há muitas outras que se vão juntando ao corredor pelo caminho”, segundo informações dadas pelas Nações Unidas.
Aguarda-se a chegada desta caravana, que tem de passar por 17 postos de controlo do exército russo para poder seguir viagem, e onde, no caso dos homens, a verificação vai além dos documentos.
“Chega-lhes a ser pedido que mostrem se têm tatuagens ou marcas da utilização de coletes que indiciaria que fizeram parte ou estiveram a ajudar o exército ucraniano”, explica Bruno de Castro Ferreira.
As Nações Unidas, em conjunto com outras organizações não-governamentais organizaram o parque de estacionamento em Zaporíjia, junto a um supermercado, “para a chegada não só destes autocarros que vêm de Azovstal e Mariupol, mas das outras dezenas de automóveis que se espera que ao longo do caminho se juntem a esta caravana”.
SAIBA MAIS
- Guerra na Ucrânia: está em curso a retirada de civis da cidade de Mariupol e da fábrica de Azovstal
- Autarca de Mariupol diz que ainda há 200 civis na fábrica Azovstal
- Guerra na Ucrânia: caravana da ONU pode não chegar hoje a Zaporíjia, identificado suspeito de massacre em Bucha
- Civis retirados de Azovstal podem receber a visita de Zelensky em Zaporíjia
- SIC na Ucrânia: caravana da ONU e Cruz Vermelha ainda não chegou a Zaporíjia