A esmagadora maioria dos ucranianos que fogem da guerra entra pela Polónia. Muitos têm sido acolhidos por famílias polacas. Os enviados da SIC, Diogo Torres e Mário Cabrita, encontraram uma família de ucranianos que está a viver, há duas semanas, com um casal de reformados polacos.
A família ucraniana teve de deixar Izium, uma pequena cidade nos arredores de Kharkiv, quando, a 6 de março, a guerra lhes bateu à porta.
Natalya, a filha de 10 anos, o filho Nikita, de 15, e a vizinha Katya demoraram seis dias para chegar à Polónia. São agora membros temporários de uma família polaca.
Anna Smykal, reformada, ajudava como voluntária num centro de refugiados quando, há três semanas, decidiu colocar o nome numa lista para acolhimento de ucranianos.
Aos poucos começam a sentir-se em casa. Passaram a fazer refeições com o casal de polacos e a ocupar os lugares deixados livres pelos filhos, que já saíram de casa.
Já andam numa escola polaca, numa nova cidade com novos colegas e uma nova língua.
A vontade de regressar não é apenas das crianças. Não sabem quando nem como, mas querem fazê-lo, querem voltar para casa e para o pai e marido, que ficou na Ucrânia.
Até lá, são bem-vindos numa casa de portas abertas, por quem prefere olhar de frente para a guerra do que fechar os olhos.
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