Guerra Rússia-Ucrânia

SIC na Ucrânia: os relatos de quem conseguiu fugir da cidade massacrada de Mariupol

Reportagem dos enviados especiais SIC Susana André e Odacir Júnior

SIC na Ucrânia: os relatos de quem conseguiu fugir da cidade massacrada de Mariupol

A conta gotas, chegam a Zaporizhzhya os deslocados que conseguem sair de Mariupol. Estima-se que mais de 300 mil pessoas tenham conseguido fugir, muitas através dos corredores humanitários. Nos centros de acolhimento, vive-se a incerteza de quem perdeu tudo o que tinha. Reportagem dos enviados especiais SIC Susana André e Odacir Júnior.

Iryna e Serhii Pavlovych fugiram de Mariupol. Com a casa destruída num bombardeamento, passaram 3 semanas num abrigo. Sobreviveram a latas de atum e beberam água de um poço que os vizinhos traziam quando podiam. Numa pausa dos bombardeamentos, fugiram.

Os dois conseguiram chegar a Zaporizhzhya e estão há uma semana num centro de acolhimento para deslocados internos. A prioridade é tratar a perna de Iryna, ferida ao atravessar uma vedação. Depois, não sabem: o casal não tem para onde ir.

Pelo menos 300 mil pessoas fugiram já da cidade mais massacrada pelas forças russas. A maioria arrisca a vida ao fazer a fuga em carros particulares. Há vários dias que as tropas russas impedem a retirada de civis de forma segura.

À SIC, a responsável pelos corredores humanitários conta que, há cinco dias, 22 autocarros tentaram chegar a Mariupol, mas foram travados pelos russos. Há duas semanas as tropas russas bloquearam um corredor humanitário com quatro ambulâncias onde estavam crianças. Raramente permitem a entrada de ajuda humanitária em Mariupol. 

Na cidade portuária, onde já terão morrido 35.000 pessoas, permanecem ainda pelo menos 150.000 civis.

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