Vlada fugiu de Mykolaiv com as filhas. A casa ficou para trás, em escombros. O marido ficou para trás, para combater. Pela frente só há tristeza, medo e incerteza.
Vitaly parte esta tarde para Lviv com a mãe e o irmão de 10 meses. Fugiram de Mykolaiv onde as bombas caiam cada vez mais, cada vez mais perto de casa. Vitaly deixou tudo para trás, menos o orgulho no país e no pai.
Vlada também chegou hoje, num dos vários autocarros de saíram cedo de Mikolaiv. Parte esta noite com a família, para um destino ainda incerto.
Em Odessa, onde as sirenes disparam agora de noite e de dia, os habitantes começam a ceder à pressão.
Na estação de Odessa, há sobretudo mulheres, crianças e idosos. Os poucos homens nas plataformas vieram para se despedir.
A maioria dos que parte não têm ninguém à espera no fim da linha. À incerteza do futuro soma-se a dor de deixar para trás pais, maridos e filhos, que ficam para combater.
Saiba mais:
- Blogger é acusada formalmente pela Rússia de espalhar “notícias falsas” sobre a guerra na Ucrânia
- Odessa: as imagens que se repetem na história
- Zelensky acusa Rússia de causar terror em Mariupol
- Primeiro balanço de ataque ao teatro de Mariupol aponta para um ferido grave e sem mortos
- Polónia apresenta “escudo anti-Putin” para contrariar inflação e dependência russa na energia
- Rússia acusada de desinformação amadora no Conselho de Segurança da ONU
- Responsável russo demite-se após criticar ofensiva militar
- Moscovo anuncia “aproximação” de posições nas conversações com Kiev
