Um tribunal russo ordenou esta terça-feira “in absentia” a detenção de Maksym Márchenko, ex-comandante do Batalhão Nacionalista Ucraniano Aidar e atual governador da região de Odessa, solicitada por um comité de investigação dependente do Kremlin.
De acordo com a agência Interfax, o tribunal de Basmanni aceitou o pedido dos investigadores russos para ditar dois meses de prisão preventiva a Márchenko a partir da sua detenção efetiva ou extradição para a Rússia.
O Comité de Investigação da Rússia, dependente da presidência russa, acusa Márchenko, ex-comandante do Batalhão Aidar e das 28ª e 92ª Brigadas Mecanizadas, de estar por detrás dos ataques da artilharia em Donetsk, em março e maio de 2020.
O Batalhão Aidar surgiu como uma unidade de defesa territorial, que lutou em 2014 no conflito armado entre o exército ucraniano e os separatistas pró-russos apoiados por Moscovo no Donbass, antes de ser reorganizada e absorvida pelo exército ucraniano em 2015.
BATALHÃO ACUSADO PELA AMNISTIA INTERNACIONAL EM 2014
O Batalhão foi acusado em 2014 pela Amnistia Internacional de ter estado envolvido em abusos generalizados, incluindo sequestros, detenções ilegais, maus-tratos, roubo, extorsão e possíveis execuções.
Segundo a Rússia, os ataques com artilharia em questão destruíram ou danificaram seis edifícios residenciais, resultando na morte de um civil.
O tribunal de Basmanni aplicou uma medida similar a Serguéi Baránov, comandante da 44º Brigada de Artilharia Separada das Forças Armadas da Ucrânia.
Ambos os acusados estão na lista internacional de busca e captura, segundo a Interfax.
O Serviço Federal de Supervisão Financeira, Rosfinmonitoring, incluiu ainda esta terça-feira o ex-comandante do Batalhão Aidarm, Denis Muryga, na lista de pessoas e entidades envolvidas em atividades terroristas e extremistas.
Muryga foi preso quando alegadamente tentou atravessar a fronteira para a Rússia, na região de Rostov, em abril passado, como refugiado.
Um tribunal de Rostov do Don sentenciou o militar a dois meses de prisão preventiva, acusado de ter destruído em 2015 uma ponte na autoproclamada República Popular de Lugansk e de matar consequentemente guardas de milícias separatistas.
Com LUSA
SAIBA MAIS
- Mais de 80% dos ucranianos contra concessões territoriais
- SIC na Ucrânia: entre 2.000 a 2.500 pessoas regressam à região de Kharkiv diariamente
- Três meses de guerra na Ucrânia: 23 milhões de toneladas de trigo a apodrecer no porto de Odessa
- José Milhazes: “A Rússia não vai vencer esta guerra, mesmo que ocupe a Ucrânia toda”