O exército russo e forças pró-russas atacaram esta terça-feira o complexo industrial siderúrgico de Azovstal, o último reduto da resistência ucraniana na cidade de Mariupol, de onde várias dezenas de civis têm sido retirados nos últimos dias.
“Neste momento, unidades do exército russo e da República Popular de Donetsk, com recurso a artilharia e aviões, estão a começar a destruir” as “posições de tiro” dos combatentes ucranianos que saíram da fábrica, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Vadim Astafiev, numa mensagem divulgada pelas agências de notícias russas.
Segundo o porta-voz das forças armadas russas, o regimento ucraniano Azov, que está a defender o complexo industrial, “aproveitou” o cessar-fogo declarado para retirar civis, para sair das caves da siderúrgica e “adotar posições de tiro no território e nos prédios da fábrica”.
“Fomos bombardeados a noite toda (…) duas mulheres foram mortas e agora está a decorrer um ataque a Azovstal”, adiantou o vice-comandante do regimento Azov, Sviatoslav Palamar, ao site de notícias Ukrainska Pravda.
Palamar pediu ainda ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “uma ação forte”, alegando que “a situação está muito difícil”.
Cerca de 100 civis foram retirados, no fim de semana, da enorme fábrica siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, uma cidade portuária estratégica no sul do Donbass (leste ucraniano) quase inteiramente controlada pela Rússia.
De acordo com o presidente da câmara daquela cidade portuária, Vadym Boychenko, as tropas russas estão a impedir cerca de 2.000 civis, que saíram de Mariupol, de chegarem a Zaporijia.
“Esperávamos que hoje [terça-feira] a retirada ocorresse perto de Berdyansk. Mas as tropas russas estão a impedir os nossos planos e não permitem que os nossos cidadãos cheguem a Zaporijia”, disse o autarca, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
Em Mariupol, as últimas tropas ucranianas têm continuado a resistir no grande complexo de Azovstal, onde também permanecem grupos de civis à espera de serem retirados.
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