As forças russas estão cada vez mais perto de conquistar Mariupol, mas o controlo total da cidade portuária estratégica poderá demorar meses e transformar uma guerra numa guerrilha urbana. O presidente da Câmara diz que o número de mortos é superior a 20 mil.
A história do cerco de Mariupol, cidade estratégica banhada pelo mar Azov, começou a ser escrita no dia 24 de fevereiro quando o porto foi atacado pela primeira vez. Entre os 400 mil habitantes de Mariupol, muitos decidiram partir logo nessa noite.
Uma semana depois, quando os combates e os bombardeamentos começaram a intensificar-se, a fuga da cidade sitiada tornou-se uma missão quase impossível.
Os corredores humanitários transformaram-se em botes salva vidas para muitos residentes que passaram a viver a maior parte do tempo em abrigos subterrâneos.
Em muito pouco tempo, a cidade ficou praticamente sem abastecimento de energia, de água e cada vez com menos comida e medicamentos e mais vítimas entre a população civil.
Quem permaneceu na cidade passou a ter de sobreviver com as ajudas que chegam a conta gotas e a ter de conviver com a omnipresença dos mortos.
Pouco mais de um mês e meio depois dos primeiros bombardeamentos, Mariupol já não existe propriamente. As forças leais a Moscovo estarão perto de controlar a cidade, mas perante a resistência ucraniana, o controlo total poderá demorar meses.
Os 20 quilómetros de corredores subterrâneos construídos durante a era soviética, alguns a 30 metros de profundidade e que já salvaram milhares de vidas durante os bombardeamentos, podem vir a ter um papel fulcral na guerrilha urbana que começa a instalar-se em Mariupol.
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