O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a Aliança Atlântica está a ponderar o estabelecimento de uma presença militar permanente na Europa de Leste para repelir uma possível invasão russa.
“Independentemente de quando e como termine a guerra na Ucrânia, a guerra já teve consequências de longo prazo para a nossa segurança”, disse Stoltenberg ao jornal britânico ‘The Telegraph’.
Numa entrevista publicada no sábado, o secretário-geral disse que “a NATO precisa de adaptar-se a essa nova realidade. E é exatamente isso que estamos a fazer”.
A NATO está “no meio de uma transformação muito fundamental” que tomará decisões sobre um destacamento permanente na Europa de Leste, na cimeira da aliança, agendada para 29 e 30 de junho, em Madrid, disse Stoltenberg.
“A NATO é a aliança mais bem-sucedida da história por duas razões. Uma é que conseguimos unir a Europa e a América do Norte. A outra é que conseguimos mudar quando o mundo está a mudar. Agora o mundo está a mudar e a NATO está a mudar”, afirmou o secretário-geral.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, a NATO mobilizou 40.000 soldados, incluindo tropas portuguesas, para o flanco leste, que se estende do Báltico ao Mar Negro.
Em 25 de março, Stoltenberg defendeu o reforço da presença militar da NATO no Ártico como resposta à maior atividade russa na região, que considerou de grande importância estratégica.
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