O eurodeputado Paulo Rangel apela a sanções “duríssimas” à Rússia, acusa o Presidente russo, Vladimir Putin, de querer “reconquistas o império russo” e considera-o possuidor “de uma retórica agressiva e imperialista”.
Começa por referir que “deveria estar agora numa missão internacional na Ucrânia”, tendo sido, contudo, cancelada.
“A União Europeia tem de dar um sinal de grande firmeza à Ucrânia, terá de ser um sinal de grande unidade da União Europeia e da NATO”, explicando que terão de ter uma reação “duríssima”.
Explicando que “a invasão [russa] já não se circunscreve à região do Donbass”, mas “em todo o território ucrâniano”, explica que, “seja através da Crimeia ou da Bielorrússia, tem havido ataques, ainda que muitos casos sejam de bombardeamentos específicos”.
“Estive no quartel-general da NATO na Lituânia, a 70 quilómetros da Bielorrússia, e viu-se que a situação mudaria drasticamente”, sendo agora “uma situação extremamente grave”.
Explica, ainda, que “as sanções estão todas preparadíssimas” e que “aquele segmento de sanções aplicadas desde terça-feira, e que eram sanções parcelares, tinham apenas como objetivo tentar evitar isto”, pelo que, “a partir do momento em que aconteceu, e evidente que temos de ir para sanções que cubram todo o leque”.
“Teremos de tentar usar todos os canais diplomáticos para conter esta ofensiva, ou tentar até invertê-la, mas, ao contrario de outros que achavam que Putin nunca iria invadir e que seria bluff, qualquer pessoa que fale com pessoas dos estados bálticos, Polónia, Roménia, sabe que Putin tem esta agenda”, dando os exemplos passados das situações na Geórgia e na Crimeia.
Para Paulo Rangel, “o discurso de Putin na terça-feira é o de restaurar o império russo, incluindo em partes europeias que agora pertencem a União Europeia e à NATO”.
“A retórica de Putin é agressiva e imperialista e claramente faz lembrar os pesadelos mais traumáticos da historia da Europa”, acrescenta.
De acordo com o eurodeputado, “não podemos fazer de conta que estamos perante uma coisa menor”, pelo que “um conjunto de sanções preparadas vai sair hoje, não há outra maneira”.
“As sanções poderão, desde logo, criar um estrangulamento da economia russa, embora também tenha consequências de ricochete nas nossas economias”, explica.
Por fim, relembra que, “hoje de manhã, a primeira-ministra da Estónia, juntamente com a Letónia, Lituânia e Polónia, já pediu a ativação do artigo 4.º da NATO, porque a situação nestes países é de grande apreensão e alarme”, apontando o facto de já existirem 30 mil soldados russos na Bielorrússia.
