Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: Reino Unido e França articulam sanções à Rússia

Informação foi divulgada, esta terça-feira, pelo gabinete do primeiro-ministro britânico.

Ucrânia: Reino Unido e França articulam sanções à Rússia

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, vão continuar a “trabalhar em conjunto” para aplicar sanções a interesses russos, na sequência do reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas “repúblicas” do Donbass.

Os dois governantes mantiveram esta terça-feira uma conversa telefónica na qual o chefe de Governo britânico informou Emmanuel Macron sobre as sanções do Reino Unido à Rússia.

“Os líderes concordaram com a necessidade de continuarem a trabalhar juntos para atingir indivíduos e entidades russas que financiam a abordagem agressiva do Presidente Putin na Ucrânia”, revela o gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido (Downing Street) em comunicado.

Boris Johnson assinala ainda que o reconhecimento como independentes, por Vladimir Putin, dos territórios ucranianos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região ucraniana de Donbass, constitui “uma grave violação do direito internacional” e que, ao enviar tropas para o leste do país, “rasgou os acordos de Budapeste e Minsk”.

Para os dois líderes, “as ações da Rússia não ameaçam apenas a soberania da Ucrânia, mas também são um ataque flagrante à liberdade e à democracia”.

Onda global de sanções

O Reino Unido anuncia esta terça-feira sanções contra três oligarcas conhecidos por serem próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, e contra cinco bancos russos.

Também a União Europeia (UE), da qual o Reino Unido já não faz parte, aprovou esta terça-feira um “pacote de sanções” contra a Rússia “por unanimidade”, revelou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Já a Noruega, que não pertence à UE, anuncia também terça-feira que se irá juntar às sanções do organismo europeu contra a Rússia.

O país escandinavo também confirmou a realização em março de grandes manobras bianuais da NATO, naquele que deverá ser o maior exercício militar da Aliança Atlântica este ano.

“A situação na Ucrânia (…) está num nível dramático. Ontem [segunda-feira] foi um ponto de viragem”, atira o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre.

O líder do Partido Conservador da Polónia, Jaroslaw Kaczynski, defende esta terça-feira que as sanções contra a política de Moscovo em relação à Ucrânia devem afetar diretamente o Presidente, Vladimir Putin, e os oligarcas russos.

O também vice-primeiro-ministro polaco frisa que as sanções do Ocidente devem afetar os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 e contemplar a exclusão da Rússia do sistema internacional de acordos financeiros, além de “sanções pessoais”.

“Na minha opinião, estas devem atingir Putin pessoalmente”, atira.

Ponto de situação russo-ucraniano

Após ter reconhecido como independentes os territórios ucranianos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass, na segunda-feira, Moscovo esclarece esta terça-feira que o reconhecimento se refere ao território ocupado quando as autoproclamadas repúblicas proclamaram esse estatuto em 2014, o que inclui espaço atualmente detido pelas forças ucranianas.

Além de ter assinado os decretos relativos ao reconhecimento de Lugansk e de Donetsk, Putin anuncia que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios ucranianos em missão de “manutenção da paz”.

A decisão foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Nesse ano, começou a guerra no Donbass entre separatistas pró-russos apoiados por Moscovo e o exército ucraniano, que provocou, desde então, mais de 14 mil mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo a ONU.