As expectativas são elevadas depois da intervenção pública do secretário-geral da ONU, mas nem todos depositam esperança na criação de um corredor humanitário em Mariupol. A retirada dos civis escondidos na fábrica siderúrgica Azovstal é prioritária, no entanto os bombardeamentos não terão cessado.
Centenas de civis ucranianos, entre os quais crianças, permanecem entrincheirados na fábrica Azovstal. As tropas russas e pró-russas sitiaram a cidade de Mariupol desde o início de março.
Depois da recusa da rendição das forças ucranianas em Azovstal, Putin tinha ordenado um cerco que impedisse a “entrada ou saída de uma mosca”. No encontro com o Presidente russo, António Guterres não mencionou os combatentes.
Em matéria de princípios, Putin não oferece garantias há muito tempo. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez questão de sublinhar isso mesmo, já depois do encontro com o secretário-geral das Nações Unidas.
Na madrugada de quinta-feira, uma bomba anti-bunker atingiu o hospital de campanha nos subterrâneos das instalações fabris. Um comandante militar ucraniano refere que houve mortes entre os feridos e o agravamento do quadro clínico dos restantes.
O legítimo autarca de Mariupol diz que nunca foi colocada a hipótese da Ucrânia renunciar à cidade portuária a favor de Moscovo. A poucos dias do feriado russo que celebra a derrota da Alemanha nazi na II Guerra Mundial, Kiev teme que Putin recorra a todos os meios para reclamar uma vitória expressiva na Ucrânia.
Conflito Rússia-Ucrânia
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