A União Europeia (UE) alertou esta terça-feira para o perigo de uma nova catástrofe nuclear na Ucrânia devido à ofensiva russa e apelou a Moscovo para se abster de qualquer ação contra as instalações nucleares ucranianas.
“A agressão ilegal e injustificada da Rússia na Ucrânia coloca mais uma vez em risco a segurança nuclear no nosso continente”, sustentaram, num comunicado conjunto, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, e a comissária europeia para a Energia, Kadri Simson.
As forças russas na Ucrânia controlam a central nuclear de Zaporijia, no sul do país e a maior da Europa, que foi alvo de tiros de artilharia, no início da invasão de Moscovo e que originaram um incêndio, fazendo temer uma nova catástrofe nuclear, 36 anos após a de Chernobyl.
Nesta central, e segundo declarações do responsável da Agência Internacional da Energia Atómica, Rafael Grossi, foi medido esta terça-feira um nível de radioatividade “anormal”. Sem adiantar valores, o responsável garante que a agência monitoriza Chernobyl quotidianamente.
A Ucrânia tem 15 reatores nucleares em quatro centrais elétricas em funcionamento, além de depósitos de resíduos, como é o caso da central de Chernobyl, que foi desativada após o desastre de 1986.
Um reator de Chernobyl explodiu em 1986, contaminando grande parte da Europa, mas especialmente a Ucrânia, a Rússia e a Bielorrússia, que integravam a URSS. Denominada zona de exclusão, o território num raio de 30 quilómetros em redor da central ainda está fortemente contaminado, pelo que é proibido viver lá permanentemente.
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