O metro de Kharkiv transformou-se, por estes dias, numa cidade subterrânea. A população abriga-se debaixo do solo e faz de carruagens e superfícies livres a sua casa.
É uma das estações de metro de Kharkiv, mas a estupefação vai crescendo à medida que se chega abaixo da superfície.
As carruagens estão paradas e são, agora, casas feitas à pressa, onde o chão serve de cama e centenas se amontoam e se encolhem dentro de lençóis coloridos. É o caso de Nastya, que está doente.
A adolescente vive debaixo da terra há cerca de uma semana e o que mais deseja é voltar a casa e conseguir dormir bem. No entanto, admite o medo.
Valentyna fugiu de um bairro onde os bombardeamentos faziam tremer os prédios e os tiroteios, na rua, faziam temer pela vida.
Na plataforma, crianças, velhos, mulheres, partilham até as fichas elétricas para que os telemóveis lhes permitam saber como está o mundo exterior – e para que alguém saiba que estão vivos.