A cidade de Ivankiv, perto de Chernobyl e da fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia, mantém uma forte ligação a Portugal. É de lá que chegam todos os anos dezenas de crianças ucranianas, acolhidas por famílias portuguesas do programa “Verão Azul”, que vivem dias de grande angústia.
Por muito que as televisões falem de Kiev, Karkhiv e de outros pontos estratégicos da guerra na Ucrânia, as atenções de Graça e Fernando estão voltadas para a pequena cidade de Ivankiv, perto de Chernobyl.
A família Pinho foi das primeiras a acolher crianças da região de Chernobyl, no âmbito do programa “Verão Azul”.
Pais afetivos de Katerina Ponomarenko, tentaram convencer a jovem de 19 anos a viajar para Portugal a partir da Polónia, onde chegou no domingo. Katerina agradeceu, mas decidiu ficar.
À semelhança de Graça e Fernando, há dezenas de famílias portuguesas a tentarem trazer para Portugal as cerca de 120 crianças que, desde 2009, participaram no programa “Verão Azul”.
Ania Knot foi das primeiras. A viver em Kiev, a jovem de 22 anos assiste aos ataques à capital com o coração em Ivankiv, onde a mãe e a irmã passam os dias fechadas na cave de familiares.
As imagens são aterradoras. carros perfurados pelas balas, casas destruídas, a ponte sobre o Rio Teteriv irremediavelmente danificada.
São relatos que adensam as preocupações das famílias de acolhimento das crianças de Chernobyl, uma região marcada pelo maior acidente nuclear da história, e, agora, por uma guerra sem fim
a vista.