Numa entrevista exclusiva à Associated Press, o Presidente ucraniano afirmou que, ainda que compreenda que nem toda a gente fique satisfeita com “qualquer tipo de paz, sob qualquer condição”, é necessário colocar as emoções de lado e procurar uma solução diplomática para a guerra.
Nas mais recentes declarações, Zelensky reconhece que a Ucrânia está ferida e que perante a “tragédia enorme de perder quem amamos”, compreende que haja pessoas que não queiram o fim da guerra “sob qualquer condição”.
Ainda assim, pede que se coloquem de lado as emoções, “por mais difícil que seja”, para que se consiga chegar a uma solução diplomática.
“Temos que entender que qualquer guerra deve terminar em paz ou acabará com milhões de vítimas. E mesmo assim, se houver milhões de vítimas, eventualmente a paz chegará, a guerra acabará”.
“Ninguém quer negociar com pessoas que torturaram uma nação. Como homem e pai, entendo isso perfeitamente. (…) Não podemos perder oportunidades, se as temos, de uma solução diplomática”, afirma.
Volodymyr Zelensky diz ainda acreditar que se a Ucrânia fosse membro da NATO, a Rússia nunca teria invadido o país ou a guerra ter-se-ia desenrolado “de forma diferente”, já que a Ucrânia poderia contar com o “ombro amigo” dos países vizinhos.
Na mesma declaração, o Presidente ucraniano faz ainda referência a Mariupol. Sobre os combates intensos, Zelensky diz que a defesa da cidade pode dar uma margem benéfica aos ucranianos em relação aos russos nas negociações.
“Mariupol é o coração desta guerra e está a bater, estamos a lutar, somos fortes. Se parar de bater, ficaremos numa posição mais fraca”, concluiu.