Vladimir Putin e Aleksandr Lukashenko encontraram-se esta terça-feira no leste da Rússia. Os chefes de Estado visitaram o novo centro espacial russo e Putin adianta que o confronto com a Ucrânia era inevitável e que as sanções Ocidentais não estão a surtir efeito.
O encontro com o aliado bielorrusso serviu para reforçar a cooperação entre os dois países. Putin e Lukashenko visitaram o complexo espacial, 61 anos após o dia em que Yuri Gagarin se tornou no primeiro homem a ir ao espaço.
Ao conversar com trabalhadores da indústria espacial russa no cosmódromo da Vostochny, Putin disse que o “crescimento do neonazismo foi especialmente cultivado” na Ucrânia.
“O neonazismo, infelizmente, tornou-se um facto da vida num país relativamente grande e próximo de nós. Isto é uma coisa óbvia: [o confronto] era inevitável, a única questão era o tempo“, afirmou, citado pela agência noticiosa oficial TASS.
O cosmódromo de Vostochny foi construído para limitar a dependência do programa espacial russo do centro de lançamento de Baikonur, no Cazaquistão. O programa foi um dos primeiros alvos das sanções impostas à Rússia, devido à guerra na Ucrânia.
O Presidente russo volta a reforçar que é impossível isolar um país como a Rússia do resto do mundo.
Putin ainda alegou que, já em 2014, quando a Rússia foi alvo de sanções por ter anexado a península ucraniana da Crimeia, a agricultura russa conseguiu transformar-se numa indústria de alta tecnologia.
Disse também que, em 1961, a então União Soviética estava em completo isolamento do ponto de vista tecnológico, mas alcançou feitos importantes, como o lançamento do primeiro satélite terrestre artificial e o primeiro cosmonauta a viajar no espaço.
“Fizemos tudo em condições de completo isolamento tecnológico, alcançámos êxitos muito grandes”, afirmou, citado pelas agências EFE e AP.
A visita de Putin a Vostochny marcou a sua primeira viagem conhecida fora de Moscovo desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
A peça é da autoria do jornalista André Pacheco.
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