Guerra Rússia-Ucrânia

As sanções que Rússia vai enfrentar: Reino Unido deu pontapé de saída, seguem-se UE e EUA

O Ocidente ameaçou e já começou a impôr sanções à Rússia e às duas regiões separatistas ucranianas.

As sanções que Rússia vai enfrentar: Reino Unido deu pontapé de saída, seguem-se UE e EUA

O Reino Unido foi o primeiro a avançar, mas a União Europeia (UE) e os Estados Unidos preparam-se para fazer o mesmo. A Rússia vai enfrentar novas sanções que passam pelo congelamento de contas de bancos privados e pela aplicação de restrições económicas às regiões separatistas Lugansk e de Donetsk.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi o primeiro a anunciar que cinco bancos russos – Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e Black Sea Bank – e três oligarcas russos, entre os quais Gennady Timchenko, serão alvo de sanções.

Além de ficarem com os ativos congelados, estes oligarcas russos, com elevado património no país, ficam também proibidos de viajar para o Reino Unido e de fazerem qualquer negócio no país. E Boris Johnson avisa: “Este será apenas o primeiro pacote de sanções, se Vladimir Putin insistir numa invasão à Ucrânia“.

Na Europa, os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudaram desde já a “firme unidade dos Estados-membros” da União Europeia (UE) para avançar com sanções à Rússia, prometendo “medidas adicionais numa fase posterior”.

Os presidentes apontam que o pacote de sanções contém propostas “para visar aqueles que estiveram envolvidos na decisão ilegal”, para abranger “bancos que estão a financiar operações militares russas e outras operações nesses territórios”, bem como para limitar “a capacidade do Estado e do Governo russos para aceder aos mercados e serviços financeiros e de capitais da UE” e o “comércio das duas regiões separatistas de e para a UE”.

O objetivo é “assegurar que os responsáveis sentem claramente as consequências económicas das suas ações ilegais e agressivas”, adiantam.

Estas sanções abrangem 27 entidades e membros do parlamento russo (Duma), bem como o congelamento de bens de bancos privados russos e restrições económicas às regiões separatistas.

A informação foi avançada à agência Lusa por fontes europeias, que indicaram que o “primeiro pacote de medidas restritivas foi apresentado hoje em COREPER II [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia]”, abrangendo uma “lista de 27 entidades”, bem como “nomes de membros da Duma”, a câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia (parlamento), num total de cerca de 350.

As mesmas fontes especificaram que, no que toca às sanções financeiras, “a Comissão Europeia irá propor restrições às relações económicas da União Europeia (UE) com as duas regiões” separatistas, de Donetsk e Lugansk, estando ainda previsto o “congelamento de bens de dois bancos privados russos”.

Estas sanções – que ainda terão de ser aprovadas pelos Estados-membros – surgem após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste), e de ter ordenado a entrada das forças armadas russas naqueles territórios ucranianos numa missão de “manutenção da paz”.

Ainda esta tarde, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE vão analisar, numa reunião informal marcada de urgência em Paris, a imposição destas sanções à Rússia. Para o final do dia, está ainda marcada uma nova reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE (COREPER II), para o aval final a este pacote de sanções.

No entretanto, a Alemanha anunciou que vai parar o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, que deveria começar a transportar e distribuir gás natural da Rússia este ano.

Também membro do Conselho de Segurança da ONU, a China diz-se preocupada com a situação na Ucrânia e apela a uma resolução diplomática. 

Mas o que a maioria dos analistas conclui é que o conflito entrou agora numa nova fase, em que será improvável a manutenção dos contactos como o dos ministros dos Negócios Estrangeiro russo e norte-americano previsto para a próxima quinta-feira, além do encontro entre Putin e Biden. 

No terreno, a preocupação é a possibilidade do conflito, até agora circunsctrito à linha da frente das regiões de maioria russa de Donestk e Lugasnk, alastrar para a zona controlada pelo exército ucraniano. Ou pior, para o resto do território da Ucrânia.

A decisão que aumentou a tensão a Leste

O Presidente Vladimir Putin ordenou a mobilização do Exército russo para a “manutenção da paz” nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que reconheceu ontem como independentes.

Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa que “as Forças Armadas da Rússia [assumam] as funções de manutenção da paz no território” das “repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk, segundo noticia a agência France Presse (AFP).

Os decretos também estabelecem consultas entre Moscovo e as repúblicas agora reconhecidas para o estabelecimento de relações diplomáticas e entram em vigor a partir do momento da sua publicação, refere o texto do Kremlin (presidência russa).

COM LUSA

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