No Reino Unido, as polémicas festas em Downing Street continuam a abalar o Governo de Boris Johnson. Esta terça-feira, o primeiro-ministro voltou a pedir desculpa e disse que ninguém o avisou de que o evento, no qual também esteve presente, era contra as regras.
A festa aconteceu em 20 de maio de 2020. Foi convocada, por e-mail, pelo secretário pessoal de Boris Johnson e cada convidado devia trazer a sua bebida. Nessa altura o país estava em confinamento devido à pandemia de covid-19.
O primeiro-ministro já tinha pedido desculpa, justificando que julgava tratar-se de um evento de trabalho. Agora, acrescenta que ninguém o avisou de que a festa era contra as regras.
Dominic Cummings – o seu ex-braço direito – acusa-o de mentir. O antigo conselheiro garante que alertou o primeiro-ministro para a ilegalidade do evento e afirma que está disponível para o afirmar sob juramento. A questão é relevante porque se o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento, terá violado o código ministerial e, só por milagre, escapará à demissão.
Boris Johnson comentou também – pela primeira vez – a festa em Downing Street que se realizou na véspera do funeral do príncipe Filipe, duque de Edimburgo: assumiu a responsabilidade e pediu desculpa à Rainha Isabel II e ao país.
O período político mais negro do mandato de Boris Johnson continua sem fim à vista. Além da oposição, são cada vez mais os deputados conservadores que exigem a demissão do primeiro-ministro.
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