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Governo do Cazaquistão impõe limites no preço dos combustíveis durante seis meses

A medida visa “estabilizar a situação socioeconómica” no país na sequência de tumultos caóticos.

Governo do Cazaquistão impõe limites no preço dos combustíveis durante seis meses

O governo do Cazaquistão impôs hoje limites máximos nos preços dos combustíveis durante seis meses, na sequência de tumultos caóticos no país desencadeados pelo aumento do custo do gás.

A medida visa “estabilizar a situação socioeconómica” no país da Ásia Central, segundo uma nota no ‘site’ do primeiro-ministro, citada pela agência de notícias France-Presse.

Os tumultos foram desencadeados pelo aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).

A polícia cazaque anunciou hoje que deteve cerca de 2.000 pessoas nas ruas de Almaty, a cidade mais afetada pelos motins no país, que desde domingo provocaram dezenas de mortos, incluindo pelo menos 13 elementos das forças de segurança, e um milhar de feridos.

“Agentes da polícia de Almaty foram limpar as ruas (…) No total, cerca de 2.000 pessoas foram levadas para esquadras de polícia”, disse o Ministério do Interior, citado pelas agências TASS e Ria Novosti.

Na sequência da contestação, o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, decretou o estado de emergência no país.

Rússia e aliados enviam contingente para estabilizar o país

As autoridades cazaques pediram a intervenção de uma força da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), uma aliança militar de seis antigas repúblicas soviéticas.

A organização anunciou já o envio de uma força com militares da Rússia, Bielorrússia, Arménia, Quirguizistão e Tajiquistão para “estabilizar e normalizar a situação” no país da Ásia Central.

“Em conformidade com a decisão do Conselho de Segurança Coletiva, adotada a 06 de janeiro, foi enviado ao Cazaquistão um contingente de manutenção da paz por um período de tempo limitado (…) a fim de estabilizar e normalizar a situação” na nação da Ásia Central, lê-se no comunicado.

De acordo com a CSTO, a principal missão destas forças será “a proteção de alvos estatais e militares importantes, o apoio aos oficiais da lei cazaques para estabilizar a situação e facilitar o seu regresso ao quadro da legalidade”.

A aliança observou que a Rússia enviou unidades da força de aterragem aérea para o Cazaquistão como parte desta missão.

“Neste momento, a aviação de transporte militar da Força Aeroespacial Russa está a transportar a parte russa do contingente de manutenção da paz para o Cazaquistão”, disse a CSTO, relatando que “as unidades avançadas deste contingente já estão a levar a cabo as missões designadas”.

Com cerca de 18 milhões de habitantes, o Cazaquistão está a viver os protestos de rua mais graves desde que conquistou a independência, há três décadas.

A antiga república soviética da Ásia Central vende a maior parte das suas exportações de petróleo à China e é um aliado estratégico da Rússia, países seus vizinhos.

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