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Governo ucraniano aprova mais de 500 mil euros como garantia para voos

Apoio para companhias aéreas manterem operações no país.

Governo ucraniano aprova mais de 500 mil euros como garantia para voos

O Governo ucraniano aprovou este domingo em conselho extraordinário de ministros o valor de 16,6 milhões de hryvnias (cerca de 521 mil euros) para apoiar as companhias aéreas a manterem operações na Ucrânia, depois da retirada da cobertura pelas seguradoras.

O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, anunciou o valor em mensagem publicada na rede social Telegram e explicou que servirá para garantir a segurança dos voos durante as manobras russas no mar Negro.

Os fundos provêm do Fundo de Reserva dos orçamentos gerais ucranianos e destinam-se a seguros e às empresas de aluguer de aeronaves.

“Esta decisão estabilizará a situação no mercado de transporte de passageiros e garantirá o regresso à Ucrânia dos nossos cidadãos que estão atualmente no exterior”, explicou Shmigal.

O Ministério das Infraestruturas anunciou, por seu lado, que os fundos serão depositados numa conta separada e serão utilizados, se necessário, para apoiar seguradoras, resseguradoras, empresas de ‘leasing’ e companhias aéreas.

Com esses recursos, são cobertos até 23 aparelhos, segundo o ministério.

“A decisão de hoje [domingo] é um sinal para a comunidade internacional de que a Ucrânia está pronta a comprometer-se financeiramente com a segurança das aeronaves no espaço aéreo ucraniano”, disse o ministro das Infraestruturas, Oleksander Kubrakov.

“Em particular, a partir de [segunda-feira] começaremos a garantir as obrigações financeiras das empresas de ‘leasing’”, destacou.

Após a resolução dessa situação, os recursos retornarão aos cofres públicos.

O Ministério das Infraestruturas negou que o espaço aéreo ucraniano fosse fechar, embora logo a seguir o Serviço de Aviação do Estado da Ucrânia (UkSATSE) emitiu um alerta para não fosse feito o sobrevoo do mar Negro entre os dias 14 e 19 de fevereiro.

No sábado, a companhia aérea holandesa KLM suspendeu os seus voos para a Ucrânia.

Além disso, um voo procedente do Funchal, para Borispil (Ucrânia), da companhia aérea ucraniana SkyUp, teve de aterrar em Chisinau, na Moldávia, porque o proprietário do avião, que estava alugado, se recusou a permitir que viajasse para a Ucrânia.

A própria SkyUp anunciou a suspensão da venda de passagens devido à decisão das seguradoras em não cobrirem voos no espaço aéreo ucraniano a partir de segunda-feira, depois de ter sido notificada no sábado, 12 de fevereiro, devido ao “aumento do risco de hostilidades”.

A tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a Rússia ter estacionado mais de 100 mil soldados perto da fronteira ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república soviética.

Em dezembro, a Rússia exigiu garantias de segurança obrigatórias dos EUA e da NATO para impedir que a Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e implantasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.

Moscovo escreveu recentemente uma carta a todos os países membros da OSCE pedindo-lhes que se posicionassem sobre o que entendem por segurança indivisível na Europa.

Apesar dos esforços diplomáticos, uma diminuição da escalada militar e da tensão não foi alcançada até agora.

A Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar tropas em qualquer lugar de seu território e, por sua vez, denuncia o fornecimento maciço de armas à Ucrânia pelo Ocidente.

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