O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, espera que os encontros de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, com os Presidentes da Rússia e da Ucrânia sejam um passo importante para o fim da guerra.
Marcelo defendeu António Guterres relativamente críticas à sua deslocação a Moscovo e a Kiev, argumentando que Guterres seria “sempre preso por ter cão” e “por não ter”.
“Como em tudo na vida, há dois pontos de vista. Um ponto de vista é dizer” que António Guterres “devia ir primeiro à Ucrânia, para ver o que se passa, e só depois ir a Moscovo”, mas, aí, “a última palavra pertencia a Moscovo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o outro ponto de vista, acrescentou o Presidente da República, o secretário-geral das Nações Unidas poderia “começar por Moscovo e ouvir as razões, ou não razões” da Rússia, ou seja, “o ponto de vista russo e depois olhar para aquilo que se passou e a última palavra ser ucraniana”.
“Portanto, era sempre preso por ter cão e preso por não ter”, sendo que António Guterres “optou por dar a última palavra à Ucrânia”, pelo que “não podia começar pela Ucrânia, ir a Moscovo e voltar à Ucrânia”, realçou o Chefe de Estado.
Zelensky considera “ilógica” a decisão de Guterres e ir primeiro a Moscovo
No sábado, Zelensky considerou “ilógica” a decisão de Guterres de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev.
Segundo o Presidente da República portuguesa, “o importante é que o presidente Zelensky tenha aceitado receber o secretário-geral António Guterres depois de ele ir a Moscovo”.
“O essencial é que o presidente Zelensky não vai deixar de estar com António Guterres” e espera-se “que isso possa ser um passo importante para que não estejamos perante uma guerra de meses, mas sim uma guerra de semanas”, acrescentou.
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