Os casos de hepatite aguda atípica detetados em crianças podem estar relacionados com efeitos indiretos da infeção pelo SARS-Cov-2.
Ainda não há casos confirmados de hepatite aguda em crianças, mas os números apontam para mais de 340 infeções virais com origem desconhecida em quase 20 países do mundo.
Os especialistas têm mantido todos os cenários em aberto para explicar a subida no número de casos nos últimos meses. Um estudo agora publicado pela reconhecida revista científica The Lancet aponta uma hipótese: a hepatite aguda em crianças poderá estar, afinal, relacionada com a covid-19.
Nenhuma das formas comuns e conhecidas da doença foram encontradas nas análises laboratoriais, mas, em 72% dos casos estudados no Reino Unido, foi detetada a presença de um adenovírus e em 18% das crianças foi também sinalizada a presença do SARS-Cov-2.
Os especialistas sugerem, por isso, que as hepatites agudas atípicas possam ter surgido depois de uma infeção anterior com covid-19, a que se seguiu uma outra com um adenovírus responsável, por exemplo, por uma constipação comum.
Dados da Organização Mundial da Saúde também parecem apontar no mesmo sentido: num relatório da OMS Europa publicado recentemente, pode ler-se que 70% das crianças com menos de 16 anos que desenvolveram hepatite aguda tinham tido covid-19 anteriormente.
