A dúvida surgiu depois de Sergei Lavrov ter insinuado que Hitler tinha sangue judeu. Numa entrevista a um programa de televisão italiano, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse ainda que os piores antissemitas da história eram judeus.
As declarações de Lavrov reacenderam a polémica em torno da árvore genealógica do ditador, mais especificamente a identidade do avô paterno de Hitler.
O que se sabe
O pai de Hitler, Alois, nasceu fora do casamento e a identidade do avô nunca foi revelada. Uma vez que não se sabe quem é o avô paterno do ditador, fica em aberto a possibilidade do mesmo ser judeu.
O jornal norte-americano The Washington Post diz que os rumores tiveram início em 1920, quando Hitler começou a ascensão ao poder. A falta de informações sobre o avô paterno levou a que fossem feitas especulações sobre uma possível origem judaica.
Já depois da II Guerra Mundial, foram publicadas em livro as memórias de Hans Frank, um político e advogado alemão que governou a Polónia ocupada durante a guerra.
No livro, Frank diz que investigou a ascendência de Hitler a pedido do próprio. Hitler estaria a ser chantageado por um sobrinho para que revelasse o seu passado judeu.
Durante a investigação, Frank descobriu que a avó paterna de Hitler, Maria Anna Schicklgruber, deu à luz Alois enquanto trabalhava como cozinheira para uma família judia em Graz, na Áustria. Nos documentos de batismo, o nascimento do pai de Hitler foi registado como “ilegítimo”.
Muitos historiadores negam a versão de Frank por considerarem que está repleta de erros. O historiador austríaco Roman Sandgruber diz que uma das inconsistências é que, na época, as famílias judias não tinham o direito de viver em Graz.
Até hoje não se conhece a identidade do avô de Hitler. Porém não faltam histórias e teorias em torno da árvore genealógica do ditador.