O procedimento podia parecer rotineiro, mas não foi. Os funcionários de uma agência funerária estavam a transportar o corpo de um homem, quando se aperceberam que o idoso estava vivo. O caso aconteceu em Xangai e tornou-se viral.
Um homem, que vivia num lar, tinha sido levado para o hospital para receber tratamento, tendo sido declarado morto e colocado num saco amarelo. Mas quando estava a ser levado para a carrinha, os funcionários da agência funerária aperceberam-se que o homem estava, afinal, vivo.
O momento foi filmado e partilhado nas redes sociais. No vídeo é possível ver dois profissionais de saúde com equipamentos de proteção contra a covid-19 a transportar uma maca até ao veículo. Segundo o The Guardian, um dos profissionais diz que o homem está vivo e o outro pede para que não voltem a cobri-lo com o saco. O idoso foi levado de novo para o interior das instalações médicas.
上海新长征福利院把还活着的老人装进尸袋,要送去殡仪馆火化,被运尸体的殡仪馆工作人员发现:“活的!”看来这是嫌上海老人死得还不够多,烧死活人不算死于新冠就行。 pic.twitter.com/O6Zn5qV76L
— 方舟子 (@fangshimin) May 1, 2022
Este incidente aconteceu no passado domingo, no distrito de Putuo, em Xangai, e causou indignação na população que está há cinco semanas sob um exaustivo confinamento devido à covid-19. Este caso alertou também para o estado de exaustão e sobrecarga dos profissionais de saúde, que lutam contra a pandemia há dois anos.
O representante do distrito de Putuo confirmou o caso e anunciou que foi iniciada uma investigação, avança ainda o The Guardian. Segundo a Comissão de Supervisão de Xangai e a Comissão Central de Inspeção Disciplinar, cinco pessoas foram afastadas devido a este incidente, incluído o diretor do lar de idosos e um médico.
O lar de idosos de Xangai Xinchangzheng, onde vive o homem, emitiu um pedido de desculpas pela situação. Por outro lado, a empresa funerária premiou os funcionários que identificaram que o homem estava vivo com 5.000 yuans (perto de 715 euros) a cada.
O Governo de Xangai decretou, no início de abril, um confinamento obrigatório devido ao aparecimento de um surto de covid-19, colocando cerca de 26 milhões de pessoas novamente em casa. Desde o início da pandemia, a China defende uma política de Covid-zero, com confinamentos e testagem massiva nas cidades onde são diagnosticados casos.
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