A situação humanitária na cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia, é “extremamente difícil”, porque há duas semanas que os habitantes estão sem água, eletricidade, gás, aquecimento e outros serviços básicos.
“A situação humanitária em Chernihiv continua extremamente difícil. Os cidadãos estão a aguentar heroicamente e vivem sem água, eletricidade, aquecimento e comunicações há mais de duas semanas”, escreveu o gabinete de imprensa da Polícia Nacional Ucraniana na sua conta da plataforma digital Telegram.
Nas últimas 24 horas, prosseguiram os ataques das tropas russas a esta cidade e à vizinha Nizhyn, ambas situadas a norte de Kiev, noticiou a agência local Ukrinform.
A polícia assegurou que está a tentar obter informação sobre possíveis vítimas nestes ataques e fazer chegar ajuda humanitária às zonas mais atingidas.
Os serviços policiais também explicaram que nos últimos dias se têm dedicado sobretudo a gerir os postos de controlo, patrulhar as ruas, deter os saqueadores e revistar suspeitos e veículos, juntamente com as unidades de defesa territorial.
“Nas últimas 24 horas, foram identificadas três pessoas que poderão estar envolvidas em atos de sabotagem e pilhagem”, indicaram.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de quatro milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 37.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU confirmou pelo menos 1.232 mortos, incluindo 112 crianças, e 1.935 feridos entre a população civil.
COM LUSA
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