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Irão anuncia novo míssil que poderá alcançar Israel e bases dos EUA na região

Míssil utiliza combustível sólido e tem um alcance de 1.450 quilómetros.

Míssil Khaibar-buster / Kheibar Shekan de combustível sólido com alcance de 1450 km apresentado a 9 de fevereiro de 2022.
Míssil Khaibar-buster / Kheibar Shekan de combustível sólido com alcance de 1450 km apresentado a 9 de fevereiro de 2022.
Sepahnews of the Iranian Revolutionary Guard via AP

O Irão apresentou esta quarta-feira um novo míssil cujo referido alcance lhe permitirá alcançar as bases dos Estados Unidos na região, bem como alvos no território de Israel, informou o canal de televisão estatal iraniano.

Segundo a mesma fonte, o míssil utiliza combustível sólido e tem um alcance de 1.450 quilómetros, tendo sido batizado como Khaibar-buster, numa referência a um castelo judeu invadido por guerreiros muçulmanos nos primeiros dias do Islão.

O míssil tem alta precisão, indicou o canal de televisão iraniano, referindo ainda que é fabricado totalmente no país e pode derrotar os sistemas de escudo antimísseis.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), esta informação não pode ser verificada de forma independente.

A região de Israel mais próxima do Irão fica a cerca de 1.000 quilómetros e o Irão tem mísseis que podem atingir alvos até os 2.000 quilómetros. Os iranianos, que dizem não querer construir armas nucleares, insistem que o seu programa de mísseis é apenas um meio de dissuasão.

No início de janeiro, o Irão testou um motor para um foguete de combustível sólido projetado para lançar satélites.

O anúncio do novo míssil ocorre quando decorrem em Viena negociações sobre o acordo nuclear de 2015 entre o Irão e as grandes potências.

As discussões entre o Irão e a Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia começaram na primavera de 2021, contando ainda com a participação indireta dos Estados Unidos.

Os EUA retiraram-se deste acordo – chamado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) – e restabeleceram sanções ao Irão em 2018, sob a presidência de Donald Trump, que considerou o texto insuficiente.

As conversações visam a reintegração dos EUA no JCPOA e fazer com que o Irão volte a cumprir os seus compromissos, uma vez que Teerão se libertou gradualmente das restrições impostas pelo acordo, em resposta às sanções norte-americanas.

O acordo de 2015 visava oferecer ao Irão um alívio das sanções internacionais em troca de limitar drasticamente o seu programa nuclear, sob rigoroso controlo da ONU, garantindo que não estava a tentar desenvolver armas nucleares, como sempre afirmou.