O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, exonerou esta quinta-feira do comando do Ministério da Defesa o general Walter Braga Netto, atualmente o mais cotado para ser vice-presidente na sua provável candidatura à reeleição.
A movimentação consta numa edição extra do Diário Oficial da União (DOU) em que Bolsonaro aproveitou para nomear o ex-ministro para o cargo de assessor especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República e indicou como novo ministro da Defesa o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que comandava o Exército.
O governante brasileiro também informou que o general Marco Antônio Freire Gomes passará a ser o comandante principal do Exército.
Braga Netto foi exonerado porque a legislação eleitoral do país determina a saída dos ministros que vão disputar as eleições seis meses antes do pleito, marcado para outubro.
Braga Netto classificou golpe militar de 1964 como “marco histórico da evolução política brasileira”
Antes de sair da pasta da Defesa, porém, Braga Netto assinou uma ordem do dia lida esta quinta-feira nas instalações das Forças Armadas na qual classificou o golpe militar ocorrido no Brasil em 1964 como “um marco histórico da evolução política brasileira”, porque “refletiu os anseios e as aspirações da população da época”.
Assinalam-se esta quinta-feira os 58 anos do golpe militar, que ocorreu no Brasil em 31 de março de 1964 e instalou um regime ditatorial que vigorou por mais de duas décadas.
Bolsonaro e um grupo de militares que ocupam postos de alto comando no executivo brasileiro têm gerado seguidas polémicas por defenderem que o golpe militar terá sido bom para a democracia já que impediu uma alegada ascensão comunista no país.
O texto assinado por Braga Netto corrobora este ponto de vista sem mencionar as perseguições políticas perpetradas pelos militares na ditadura, os crimes cometidos contra opositores que foram mortos ou torturados por agentes do Estado, nem a censura que vigorou no país.
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