O chefe da diplomacia europeia anunciou, esta tarde de segunda-feira, que a Dinamarca quer juntar-se à Política Comum de Segurança e de Defesa da União Europeia e acusou a Rússia de ter em curso, com o bloqueio de cereais, uma “tentativa deliberada de criar fome no mundo” e assim pressionar o Ocidente.
No final da reunião do Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, que se realizou no Luxemburgo, Josep Borrell pediu união no apoio à adesão da Moldávia, Ucrânia e Geórgia.
“Depois de um Conselho que teve um sentimento histórico (…), pelo menos por duas razões. Primeiro porque o primeiro-ministro dinamarquês nos (…) anunciou a intenção de a Dinamarca se juntar à política de cooperação no domínio da defesa da UE. A segunda questão abordada (…) foi a opinião da Comissão sobre a candidatura à adesão da Ucrânia, Moldávia e Geórgia. Trata-se de um sinal inequívoco que deve ser ouvido não apenas na Ucrânia, não apenas na Moldávia e na Geórgia, mas deve ecoar alto e bom som além das nossas fronteiras como uma manifestação da nossa força e união e do nosso apoio a estes três países, sobretudo ao que está a ser atacado pela Rússia”, declarou Borrell.
Questionado sobre o bloqueio da exportação de cereais da Ucrânia por parte da Rússia, o chefe da diplomacia europeia reiterou tratar-se de uma tentativa de criar fome no mundo e colocar pressão sobre a União Europeia e a Ucrânia.
“A Rússia está a destruir portos e a destruir reservas alimentares, infraestruturas de transporte. A Rússia, não nós. E isso desencadeou a crise alimentar global. Quando mais de 20 milhões de toneladas de cereais estão a ser bloqueados em armazéns ucranianos e alguém está a impedir que estes alimentos cheguem aos consumidores, alguém vai passar fome. Trata-se de uma tentativa deliberada de usar os alimentos como arma de guerra. É uma tentativa deliberada de criar fome no mundo”, acusou Borrell.