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Malária matou quase 612 mil pessoas em África em 2020

No início da pandemia de covid-19, a OMS tinha alertado para o risco de uma duplicação da mortalidade por malária.

Malária matou quase 612 mil pessoas em África em 2020

A malária em África matou quase 612 mil pessoas em 2020, mais 68.953 face ao ano anterior, das quais 49 mil por perturbações nos programas e serviços de saúde provocadas pela covid-19, segundo um relatório divulgado este domingo.

Segundo o relatório mais recente sobre esta doença, registaram-se 232 milhões de casos de malária (96% do total global) e 611.802 mortes causados por esta doença (98% do total global) em África, em 2020.

Estes números revelam um aumento de 68.953 mortes por malária, face a 2019, com 49 mil destas mortes a serem atribuídas a perturbações dos programas de malária e dos serviços de saúde, provocadas pela pandemia de covid-19.

No início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha alertado para o risco de uma duplicação da mortalidade por malária, devido às consequentes interrupções das campanhas de pulverização e da distribuição de mosquiteiros tratados com inseticida.

O facto de este aumento se ter ficado pelos 9% reflete as medidas tomadas pelos Estados-membros da UA para impedir o pior cenário possível.

Segundo as estimativas revistas da OMS, citadas no documento, o número de mortes por malária é significativamente mais elevado do que se julgava: 2,1 milhões de mortes adicionais em África desde 2000, um aumento de 19%.

Perante estes dados, os autores do documento concluíram que o continente africano não está no bom caminho para eliminar a malária até 2030, uma meta ambiciosa que os países almejavam alcançar.

“África não atingiu o seu objetivo de reduzir a incidência e mortalidade do paludismo em 40% até 2020, com apenas seis Estados a atingirem pelo menos um dos objetivos.

Apesar destas dificuldades, 15 Estados-Membros da UA alcançaram a sua meta para 2020 ou fizeram progressos significativos nesse sentido.