Um tribunal da Bielorrússia condenou esta sexta-feira a seis anos de prisão a namorada de um jornalista bielorrusso, quase um ano depois de terem sido detidos num avião comercial desviado para Minsk por um caça de combate.
Sofia Sapega, de nacionalidade russa, foi detida a 23 de maio de 2021, quando viajava da Grécia para a Lituânia com Roman Protasevitch num avião da Ryanair que foi obrigado a aterrar em Minsk pelas autoridades bielorrussas, um caça MiG-29 bielorrusso.
A mulher irá cumprir a pena numa “colónia correcional geral”, anunciou o Supremo Tribunal da Bielorrússia num comunicado. O tribunal considerou-a culpada de incitamento ao ódio social e recolha ilegal de dados pessoais, entre outras acusações, segundo a agência francesa AFP.
A agência russa TASS acrescentou que Sofia Sapega, de 24 anos, foi levada sob custódia após a leitura da sentença e tem um prazo de 10 dias para recorrer da decisão do tribunal.
A Bielorrússia alegou que intercetou o avião após receber uma “ameaça de bomba”, mas uma investigação de uma agência da ONU concluiu que era “deliberadamente falsa”. O desvio do avião comercial foi condenado pela União Europeia (UE) e pela generalidade da comunidade internacional.
Após terem sido detidos, tanto Roman Protasevich, que vivia fora da Bielorrússia desde 2019, como Sofia Sapega apareceram em vídeos a afirmar que tinham confessado os seus alegados crimes, mas os seus apoiantes denunciaram que o fizeram sob coação.
Protasevich é um antigo editor-chefe do Nexta, um canal online que desempenhou um papel de liderança na onda de protestos contra a reeleição do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, em 2020 -, um aliado do regime do Presidente russo, Vladimir Putin.
Protasevich está em prisão domiciliária na Bielorrússia à espera de julgamento.