Representantes e descendentes dos povos nativos do Canadá, cujas crianças foram cristianizadas à força por membros da Igreja Católica, estiveram esta sexta-feira no Vaticano em busca de um pedido de desculpas.
O Papa Francisco pediu esta sexta-feira perdão pela “conduta deplorável” de certos membros da Igreja Católica sobre milhares de crianças e jovens, de povos indígenas canadianos, em escolas e lares, ao longo de décadas.
Mais de 150 mil jovens indígenas terão sido retirados às famílias e colocados à força pelas autoridades canadianas nesses lugares, onde eram subjugados a abusos de padres e freiras. O objetivo era a cristianização e o desaparecimento da cultura ancestral desses povos – que vários governos do Canadá consideraram, durante vários anos, inferiores.
O Papa encontrou-se esta sexta-feira, em Roma, com representantes das comunidades indígenas do Canadá.
“Sinto tristeza e vergonha pelo papel que vários católicos, sobretudo aqueles com responsabilidades educativas, tiveram em tudo o que vos magoou nos abusos e no desrespeito para com a vossa identidade, a vossa cultura e até os vossos valores espirituais”, disse Francisco, pedindo perdão pelas atitudes dos membros da Igreja Católica e garantindo que vai visitar estas comunidades ao Canadá.
Também o atual primeiro ministro canadiano, Justin Trudeau, pediu desculpa pelos abusos do passado, tendo visitado, na passada quinta feira, um dos locais onde foram encontradas, há um ano, dezenas de campas, não identificadas, com os restos mortais de mais de 200 crianças indígenas.
Desde então, e depois de abertos vários inquéritos, já foram encontradas muitas outras campas em locais onde, até ao final da década de 70, funcionavam como escolas e residências católicas do mesmo género.
