A Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, considera esta segunda-feira que existe uma “possibilidade real” de o país se tornar membro da União Europeia (UE), durante o seu discurso anual no parlamento georgiano.
Salome Zurabishvili diz que os parceiros internacionais estão a mostrar uma “real vontade” de considerar o pedido de adesão da Geórgia, que foi apresentado pelo primeiro-ministro, Irakli Garibashvili, a 3 de março.
A chefe de Estado realça ainda que “ninguém e nada fará com a Geórgia se desvie da sua opção histórica, que é o caminho para a Europa”.
A Presidente georgiana sugere que o Governo “crie urgentemente o cargo de secretário de Estado da Integração com a União Europeia para coordenar os esforços” e não descarta que esse cargo possa ser ocupado por um representante da oposição.
Em honra da Ucrânia
O discurso de Salome Zurabishvili iniciou-se após tocar o hino nacional da Ucrânia no hemiciclo. Deputados, membros do Governo e convidados dos países com representação diplomática na Geórgia realizaram um minuto de silêncio em memória das vítimas ucranianas da agressão russa.
“A luta da Ucrânia já foi um sucesso, abriu os olhos, despertou mundo inteiro”, diz a chefe de Estado, que usava distintivos georgianos e ucranianos no seu casaco.
Salomé Zurabishvili salienta que “o mérito da Ucrânia é que a União Europeia mostra unanimidade sem precedentes, [Estados Unidos da] América e Europa agem em solidariedade, enquanto a Rússia está isolada e vai ficar mais fraca amanhã”.
“Colega e amigo” Zelenskiy
A Presidente georgiana pede ainda ao “colega e amigo” ucraniano Volodymyr Zelenskiy para devolver o embaixador da Ucrânia na Geórgia, que saiu no final de fevereiro depois de Tiblíssi se ter recusado a aderir às sanções económicas contra Moscovo.
“Qualquer contradição entre a Geórgia e a Ucrânia beneficia a Rússia”, anota.
Antes de terminar o discurso com “Glória à Ucrânia! Glória aos Heróis! Viva a Geórgia”, Salome Zurabishvili referiu que está do “lado da Ucrânia”, disponibilizando “total apoio e solidariedade” àquele país e aos ucranianos.
“Entendemos melhor do que ninguém o que significa lutar contra o secular imperialismo russo”, sustenta.