Vários países estão a pedir aos seus cidadãos para que deixem a Ucrânia perante a ameaça de invasão russa. Por seu lado, o Presidente ucraniano pede calma sublinhando que o maior inimigo é o pânico. Os Estados Unidos apelam a Moscovo para que reduza a presença militar na região para que a paz seja possível através da diplomacia.
Em volta da Ucrânia, parece tudo a postos ou quase. Na Bielorrússia, os russos fazem exercícios militares, na Polónia, há reforços norte-americanos a chegar e até os próprios ucranianos afinam a defesa como mostram exercícios militares junto à fronteira com a Crimeia
O Presidente da Ucrânia, Volodímir Zelenski, diz que atualmente “o pior inimigo é o pânico” que pode ser gerado por alertas do Ocidente, especialmente dos EUA, sobre um ataque russo iminente, ainda na próxima semana. Afirma ser a favor duma solução diplomática, mas garante que o país não se vergará às provocações da Rússia.
“Somos a favor duma solução política e diplomática para o conflito”, disse Zelensky durante uma conversa telefónica com Charles Michel, lê-se num comunicado do gabinete da presidência, citado pela agência Efe.
Zelenski reiterou que Kiev (capital ucraniana), entende “todos os riscos” perante a ameaça de um ataque devido ao destacamento de mais de 100 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia e diz que o país “está preparado para qualquer cenário”.
O presidente Zelenski recordou, todavia, que a Ucrânia vive neste estado desde 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia e o conflito armado começou no leste do país entre separatistas pró-Rússia apoiados por Moscovo e o exército ucraniano.
O presidente ucraniano e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, discutiram as medidas que estão a ser tomadas para promover a desescalada e alcançar a paz em Donbas dentro dos formatos de negociação existentes, em particular o Formato Normandia (Rússia, Ucrânia, Alemanha e França).
Zelensky realçou a importância da unidade e coordenação dos esforços políticos e diplomáticos para desbloquear o processo de paz e restaurar a estabilidade, refere o mesmo comunicado de imprensa.
O presidente ucraniano agradeceu a Michel e aos líderes da União Europeia por manter seus diplomatas no país e reiterou a exigência ucraniana de que sanções preventivas sejam impostas à Rússia para evitar “as intenções agressivas do Kremlin”, algo que a UE não contempla.
Prepara um pacote de sanções sem precedentes caso a Rússia decida invadir o país vizinho.
Zelensky e Michel discutiram ainda como aumentar a defesa e as capacidades financeiras da Ucrânia à luz da ameaça russa e do risco de desestabilizar a economia.
A Ucrânia agradeceu à UE o pacote de ajuda macrofinanceira de 1.200 milhões de euros concedido à ex-república soviética.
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