À margem de uma visita aos Países Baixos, o Presidente da República comentou a decisão da Rússia, garantindo que o país violou os acordos de Minsk. Quanto a próximos passos, Marcelo disse que é preciso “esperar pelas deliberações europeias”.
“Importa esperar pelas deliberações europeias e depois, eventualmente, o Governo português e Portugal e os demais países pronunciar-se-ão sobre aquilo que foi decidido ser uma decisão europeia, embora em conjugação com os EUA, Reino Unido e Canadá”, vincou.
No entender do chefe de Estado, “a situação fala por si, o passo que foi dado fala por si e a reação também falou por si ao apontar por um lado o que havia de violação clara dos acordos de Minsk, por outro lado de questionar a integridade territorial da Ucrânia“.
O Presidente Vladimir Putin ordenou a mobilização do Exército russo para a “manutenção da paz” nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que reconheceu ontem como independentes.
Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa que “as Forças Armadas da Rússia [assumam] as funções de manutenção da paz no território” das “repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk, segundo noticia a agência France Presse (AFP).
Os decretos também estabelecem consultas entre Moscovo e as repúblicas agora reconhecidas para o estabelecimento de relações diplomáticas e entram em vigor a partir do momento da sua publicação, refere o texto do Kremlin (presidência russa).
Tensão mantém-se a Leste
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150 mil oldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Nos últimos dias, o clima de tensão agravou-se ainda mais perante o aumento dos confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, na região do Donbass, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
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