“Pedimos a todas as partes envolvidas que atuem com responsabilidade e moderação e se abstenham de tomarem ações que possam levar a uma nova escalada de violência”, refere o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) em comunicado.
O serviço diplomático da União Europeia espera que os protestos “permaneçam não violentos” e exorta as autoridades cazaques a “respeitarem o direito fundamental ao protesto pacífico”.
“O Cazaquistão é um parceiro importante para a UE e contamos com ele para respeitar os seus compromissos, incluindo a liberdade de imprensa e o acesso à informação online e offline”, sustenta.
Também o Governo dos Estados Unidos apela esta quarta-feira às autoridades do Cazaquistão para se “moderarem” e diz esperar que os protestos ocorram “de forma pacífica”.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, critica ainda as “alegações absurdas” da Rússia sobre uma suposta responsabilidade dos Estados Unidos nos distúrbios no Cazaquistão, garantindo que é “absolutamente falso”.
A Rússia apela esta quarta-feira ao “diálogo” no Cazaquistão, uma ex-república soviética na Ásia central onde desde domingo ocorrem protestos sem precedentes devido ao aumento dos preços do gás.
“Estamos a acompanhar atentamente os eventos no país vizinho e irmão (…) somos a favor de uma solução pacífica para todos os problemas dentro do quadro legal e constitucional e por meio do diálogo (…) não de tumultos nas ruas e violação das leis”, indica o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em comunicado.
As Nações Unidas revelam também que estão também a monitorizar a situação no Cazaquistão “com preocupação”.
“É muito importante que todos os envolvidos nestes eventos tenham contenção, evitem a violência e promovam o diálogo para responder a todas as questões pertinentes”, realça o porta-voz do organismo, Stéphane Dujarric.
A ONU, liderada pelo diplomata português António Guterres, garante ainda que os seus funcionários destacados no país estão seguros, operacionais e em contacto com as autoridades.
O Cazaquistão é, desde 2 de janeiro, palco de protestos em várias cidades, que foram ganhando intensidade até se transformarem em violentos distúrbios que culminaram esta quarta-feira na ocupação de vários edifícios governamentais e do aeroporto da cidade de Almaty e em mais de 500 feridos.
A contestação popular foi desencadeada pelo aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).
Pelo menos oito membros da polícia e do exército foram mortos nos motins que abalam o Cazaquistão há vários dias, indica o Ministério do Interior, citado pela imprensa local.
Segundo a mesma fonte, 317 membros da polícia e da Guarda Nacional foram feridos “pela multidão em fúria”.
O chefe de Estado decretou esta quarta-feira o estado de emergência em todo o território do país, depois de anteriormente o ter decretado apenas nas principais cidades onde decorrem os tumultos – a atual capital, Nursultan, e a antiga, Almaty – e alerta de que tomará medidas severas contra os manifestantes violentos, após assumir a presidência do Conselho de Segurança do país.
Kasim-Yomart Tokáyev aceitou esta quarta-feira a renúncia do Governo cazaque na sequência da gigante onda de protestos nos últimos dias.