O presidente russo, Vladimir Putin, assinou esta segunda-feira um decreto para introduzir restrições de visto a cidadãos de países que o Kremlin considera “hostis”. Esta é mais uma reação às sanções que estão a ser impostas pelo Ocidente devido à invasão russa da Ucrânia.
O decreto, que entra em vigor esta segunda-feira, suspende o regime simplificado de emissão de vistos da Rússia a alguns Estados-membros da União Europeia, Noruega, Suíça, Dinamarca e Islândia, avança a agência Reuters.
As medidas de retaliação tomadas por Moscovo afetarão delegações oficiais e jornalistas, explicou o Kremlin, em comunicado, referindo que o decreto presidencial ordena a suspensão parcial do acordo de simplificação de vistos assinado com a UE em 25 de maio de 2006.
Com esta medida, fica restringida a emissão de vistos múltiplos com validade de um ano para delegações oficiais e jornalistas, bem como vistos múltiplos com validade de cinco anos para membros de governos nacionais e regionais, parlamentos e tribunais. A partir de agora, diplomatas dos países abrangidos pelas sanções deixam de poder entrar no território russo sem visto.
Além disso, é reintroduzida a necessidade de custear a emissão de vistos para delegações oficiais, membros de governos e parlamentos. Putin também ordena que o Ministério dos Negócios Estrangeiros imponha “restrições pessoais” a estrangeiros que cometeram “ações hostis” contra este país, os seus cidadãos e entidades legais.
Esta decisão surge depois de no início da semana passada, o Presidente russo ter assinado um decreto que estabelece um novo mecanismo para o pagamento de gás russo. A medida prevê que os compradores paguem em euros ou dólares, mas que os fornecedores russos recebam em rublos.
O que implica que a abertura de duas contas num banco russo, depositando os compradores em euros ou dólares na primeira conta, moeda que é depois cambiada para rublos pela mesma instituição bancária e o valor transferido para a segunda conta, de onde saem, em rublos, os pagamentos ao fornecedor russo.
Uma medida, justificou o Kremlin, dirigida aos compradores dos países descritos pela Rússia como “pouco amigáveis”, uma longa lista que inclui os EUA, Canadá, Reino Unido, a própria Ucrânia, e os países da UE, muitos dos quais compradores regulares de gás russo e dependendo fortemente destes fornecimentos.
COM LUSA
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