O Presidente da Rússia garantiu, esta quinta-feira, que as tropas russas estão a conseguir alcançar os seus objetivos na Ucrânia. Classificando os militares russos de “heróis”, Putin diz que russos e ucranianos “são um só povo” e que os civis estão a ser usados como “escudos humanos” nesta guerra.
Referindo-se aos militares russos como “heróis”, o Presidente Putin deu o exemplo de um soldado que preferiu fazer-se explodir com uma granada a ser capturado pelos ucranianos, que acusou de estarem a “torturar” os soldados russos.
“Não vou desistir da crença de que russos e ucranianos são um só povo” mas, acrescentou nesta declaração ao Conselho de Segurança, os ucranianos estão “sob ameaça” e foram alvo de uma “lavagem cerebral”.
O objetivo das tropas de Moscovo é “combater os neonazis e nacionalistas”, afirmou Putin, justificando que as vítimas civis estão a ser usados como “escudos humanos” e estudantes estrangeiros como “reféns”.
Sobre a “operação militar” que prossegue na Ucrânia, e que a Rússia proíbe que seja designada como guerra ou invasão, o Presidente russo garantiu que está a decorrer como planeado: “Todos os objetivos traçados estão a ser alcançados com sucesso“.
Nesta declaração ao Conselho de Segurança, Putin negou ainda que sejam as forças militares russas quem está a bloquear o acesso de civis aos corredores humanitários, atribuindo essa responsabilidade “aos neonazis e nacionalistas ucranianos”.
De referir ainda que, anunciou, os soldados russos mortos ou feridos na Ucrânia, destacados no teatro de operações, vão receber uma compensação financeira. Segundo números avançados, esta quarta-feira, pelas autoridades de Moscovo, 498 soldados russos foram mortos e 1.597 ficaram feridos.
“Eu não mordo. De que tem medo?“
Antes desta declaração, o Presidente da Ucrânia convidou Putin a sentarem-se à mesma mesa, “mas não a 30 metros de distância”, por considerar Volodymyr Zelensky que esta é a única forma de “parar a guerra”.
“O Exército russo é mais de cinco vezes maior do que o ucraniano. Nós estamos a defender a nossa esperança. Não queremos morrer, nem queremos matar”, disse Zelensky, revelando que “os nossos médicos estão a socorrer os prisioneiros russos”.
As ações russas “são o fim do mundo. (…) Nós somos o muro entre a Rússia e a civilização. A Rússia tem pessoas como nós mas que têm medo de sair à rua e dizer ao Presidente [Putin] o que pensam”, contestou, alertando que “se a Ucrânia cair, a Rússia seguirá para o Báltico”.
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