A Shell anunciou, esta terça-feira, que vai deixar de comprar gás e petróleo russo e fechar os postos de abastecimento no país, num comunicado em que também se desculpou por ter adquirido matéria-prima russa após a invasão da Ucrânia.
“A Shell anuncia sua intenção de se retirar do envolvimento em todos os hidrocarbonetos russos, incluindo petróleo bruto, derivados de petróleo, gás e gás natural liquefeito, de maneira faseada, de acordo com as diretrizes do governo [britânico]”, lê-se no comunicado da petrolífera anglo-holandesa, citado pela EFE.
Como um primeiro passo “imediato”, a Shell vai interromper as compras ‘spot’ (operações concretizadas na hora) de petróleo bruto e vai fechar todas as suas estações de serviço e operações de combustível e lubrificantes de aviação na Rússia.
Shell announces intent to withdraw from all Russian oil & gas, aligned with new government guidance.
— Shell (@Shell) March 8, 2022
As an immediate first step, we will stop all spot purchases of Russian crude oil, shut service stations, aviation fuels & lubricants operations in Russia.
Em 28 de fevereiro, a Shell já tinha anunciado que abandonaria todos os projetos conjuntos que tem com a gigante russa Gazprom, que iria abandonar a sua participação de 27,5% na instalação de gás natural liquefeito Sakhalin-II, bem como de 50% nos projetos petrolíferos de Salym e Gydan, na Sibéria, e que vai encerrar a sua participação no gasoduto russo-alemão Nord Stream 2.
“Estamos cientes de que a nossa decisão, na semana passada, de comprar um carregamento de petróleo russo para ser refinado em gasolina e diesel (…) não foi a apropriada e pedimos desculpas“, afirmou o presidente executivo (CEO) da empresa, Ben van Beurden.
O responsável indicou que vão destinar os lucros do petróleo russo que ainda têm para um fundo que visa ajudar vítimas da guerra.
Para Bem van Beurden, os desafios que o setor enfrenta “destacam o dilema entre pressionar o Governo russo pelas atrocidades na Ucrânia e garantir o fornecimento de energia estável e seguro em toda a Europa”.
Em última análise, acrescentou o CEO, caberá aos governos decidir sobre os “sacrifícios incrivelmente difíceis” que terão de ser feitos durante a guerra na Ucrânia.
COM LUSA
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