Um violento sismo de magnitude 6,1 na escala de Richter abalou esta quarta-feira o leste do Afeganistão. O último balanço aponta para pelo menos 1.000 mortos e 1.500 feridos.
Construções precárias, sobrelotadas, que famílias alargadas partilham, faziam antecipar um balanço de vítimas muito superior ao inicialmente avançado.
“No distrito de Gayan foram destruídas 1.800 casas. Não sabemos se ainda há pessoas soterradas, então estamos desesperados por procurar por sobreviventes nos escombros”, disse o chefe da UNICEF no Afeganistão.
O sismo ocorreu de madrugada, quando a maioria dormia, o que deixou mais vulnerável quem habita zonas remotas.
O Afeganistão é frequentemente sacudido por sismos. Está localizado numa região tectonicamente ativa, sobre várias falhas geológicas. A pouca profundidade do abalo potenciou o nível de destruição.
Com epicentro a 45 quilómetros da cidade de Khost, o abalo de 6,1 na escala de Richter foi sentido ao longo de 500 quilómetros. Na capital Cabul, no vizinho Paquistão e até na Índia.
Empobrecido por décadas de conflito, a falta de investimento na construção e em mecanismos de proteção contra desastres naturais é gritante.
A ajuda externa e o financiamento estrangeiro esgotaram-se depois da subida ao poder dos Talibã, que apesar de ignorarem os apelos internacionais para que respeitem os direitos humanos, sobretudo os das mulheres, admitem a dependência do exterior e pedem que seja enviado auxílio.