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Tensão entre a Rússia e a Ucrânia: Kiev não está convencida da retirada russa

Ucrânia celebra hoje o Dia da Unidade, desconfiando das intenções russas.

Tensão entre a Rússia e a Ucrânia: Kiev não está convencida da retirada russa

Com a ameaça de guerra aparentemente mais afastada, depois da anunciada retirada de tropas por Moscovo, a Ucrânia celebra hoje o Dia da Unidade. Mas Kiev desconfia das intenções russas e só acredita na retirada quando vir provas concretas.

As imagens noturnas de um comboio que transporta blindados russos através da ponte sobre o Estreito de Kertsch, que liga a Crimeia ao território russo, passaram na televisão russa.

Aparentemente, será a anunciada retirada parcial de tropas dos soldados que estiveram destacados durante semanas nas fronteiras da Ucrânia.

Um porta-voz do Kremlin, citado pela agência France Press, sublinhou que a Rússia sempre disse que após a conclusão dos exercícios, as tropas regressariam às suas guarnições originais. E é isso o que está a acontecer, este é o processo habitual, diz Dmitry Peskov.

Mas as imagens da retirada parecem não convencer Kiev quer mais provas.

“Não acreditamos quando ouvimos, acreditamos quando virmos. Quando virmos tropas a sair, acreditaremos na desescalada”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba

Também os europeus e norte-americanos esperam provas que a retirada militar russa seja mais do que uma mera deslocação de tropas. A Rússia não especificou a extensão ou o calendário dessa retirada.

Na declaração que fez na Casa Branca, Joe Biden disse que os EUA e a NATO não são uma ameaça para a Rússia, nem a Ucrânia. O Presidente norte-americano acrescentou, também, que nem os Estados Unidos, nem a NATO têm mísseis na Ucrânia, nem têm planos para os lá colocar. Depois, dirigiu-se aos russos:

“Não temos como alvo o povo da Rússia. Não pretendemos desestabilizar a Rússia. Aos cidadãos da Rússia: vocês não são nossos inimigos. Não acredito que queiram uma guerra sangrenta e destrutiva contra a Ucrânia, um país e as pessoas com quem compartilham laços tão profundos de história familiar e cultura”.


Para muitos que temem uma guerra na Europa, as últimas horas foram, apesar de tudo, de algum alívio. O tempo, volta a ser, para já , o tempo para a diplomacia.

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