Germano Almeida considera que a “investida diplomática da França com a Rússia saiu falhada”. O comentador analisa na Edição da Manhã da SIC Notícias as recentes diligências diplomáticas de líderes europeus que visam evitar uma guerra no Leste da Ucrânia. “É a hora da Europa poder falar com as duas partes e tentar chegar a um avanço”, realça o especialista em Política Internacional.
Macron foi recebido no Kremlin, em Moscovo, “o líder russo agradeceu o gesto do Presidente francês de se deslocar à capital russa, mas na verdade não ofereceu a Macron qualquer trunfo diplomático que possa indicar algum alívio do risco de guerra no Leste da Europa”, explica o especialista em Política Internacional.
Germano Almeida considera que Macron espera uma solução histórica para evitar a guerra, vai agora à Ucrânia e está a usar o posicionamento da França mais próximo de Moscovo, do que têm neste momento os Estados Unidos.
Também o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai a Kiev, bem como o chanceler alemão, Olaf Scholz, que além de se deslocar à capital ucraniana, tem uma visita prevista para Moscovo. Em relação a Berlim, há ainda outra questão em cima de mesa, relacionada com o projeto do gasoduto europeu Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha.
Em Washington, o Presidente dos EUA disse que “a ideia de que o Nord Stream 2 seguiria em frente” no caso de uma invasão russa na Ucrânia “simplesmente não vai acontecer”. Por seu lado, Scholz não afirmou claramente se a Alemanha cancelará o projeto do gasoduto, mas afirmou: “tomaremos todas as medidas necessárias e tudo será feito em conjunto” com os Estados Unidos e outros aliados.
Germano Almeida analisa também as informações sobre a mobilização dos militares russos, que estarão prontos a cumprir as ordens de Putin. As últimas indicações do Pentágono são de que os russos já têm cerca de 70% da capacidade militar exigida para uma invasão.
“Pela avaliação americana, uma guerra no Leste da Ucrânia provocada pelos russos pode gerar até 50 mil mortos”, sublinha.