A fabricante da espingarda semiautomática usada no assassínio de 19 crianças e duas professoras numa escola do Texas, na terça-feira, anunciou que vai renunciar à participação na convenção anual pró-armas, que começa naquele estado norte-americano esta sexta-feira.
“Daniel Defense não vai participar no comício da National Rifle Association (NRA) devido à terrível tragédia em Uvalde, no Texas, onde um dos nossos produtos foi desviado criminalmente de uso”, disse à agência de notícias AFP um porta-voz da fabricante.
“Acreditamos que é inapropriado promover os nossos produtos no Texas no comício da NRA esta semana”, acrescentou.
A convenção anual pró-armas da NRA ocorre entre sexta-feira e segunda-feira.
No Twitter em 16 de maio, a fabricante armas Daniel Defense havia publicado uma fotografia de uma criança muito jovem a manusear uma espingarda de assalto, com a legenda: “Treine uma criança a seguir o caminho que deve seguir, e ela não se vai desviar dela quando crescer”.
Trump presente na convenção
O ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou que estaria presente na convenção da NRA, que acontece este ano em Houston.
Donald Trump rejeitou, numa mensagem publicada na sua rede social Truth Social, “políticos” e “considerações partidárias”, mostrando a sua oposição ao seu sucessor, Joe Biden, que pediu para “confrontar o ‘lobby’ das armas”.
A NRA contentou-se em denunciar o ato de “um criminoso isolado e perturbado”, isentando-se de qualquer responsabilidade no ataque.
Nos Estados Unidos, os tiroteios são um flagelo recorrente que os sucessivos governos norte-americanos até agora não conseguiram conter, incapazes de adotar qualquer lei nacional ambiciosa sobre o assunto, em particular devido ao poder dos ‘lobbies’ pró-armas.
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